“A verdade era que os Russos tinham
a expectativa de derrotar os Japoneses. Nenhuma Grande Potência fora alguma vez
derrotada por outra menos, decerto nenhuma com um exército tão imenso como a
Rússia, e a maioria dos Russos via os Japoneses como uma “raça inferior”:
Nicolau referia-se-lhes por “macaquinhos de cauda curta”. O comandante do
exército na Manchúria, o general Alekseev, afirmou que só precisava de dois
soldados russos para cada três japoneses. No mundo das Grandes Potências, levar
a cabo uma demonstração agressiva parecia uma maneira garantida – e talvez
demasiadamente fácil – de recordar a todos, e talvez até restaurar, o seu
estatuto, sobretudo quando se sentia insuficientemente respeitado.
Quando os japoneses enviaram
torpedeiros para Port Arthur, o quartel-general russo na China, em Fevereiro de
1904, e afundaram os dois navios mais modernos de toda a armada russa, e depois
declararam guerra, todo o governo e os militares pareceram completamente
apanhados de surpresa e desprevenidos. (...) A partir daí, o esforço de guerra
russo declinou continuamente. Veio derrota atrás de derrota.”
(in “Os Três Imperadores”, Miranda Carter, Texto
Editores)
Francisco Teixeira da Mota