domingo, 31 de agosto de 2014

A Guerra russo-japonesa (1904-1905) em postais.

 
 
 
 









 
“A verdade era que os Russos tinham a expectativa de derrotar os Japoneses. Nenhuma Grande Potência fora alguma vez derrotada por outra menos, decerto nenhuma com um exército tão imenso como a Rússia, e a maioria dos Russos via os Japoneses como uma “raça inferior”: Nicolau referia-se-lhes por “macaquinhos de cauda curta”. O comandante do exército na Manchúria, o general Alekseev, afirmou que só precisava de dois soldados russos para cada três japoneses. No mundo das Grandes Potências, levar a cabo uma demonstração agressiva parecia uma maneira garantida – e talvez demasiadamente fácil – de recordar a todos, e talvez até restaurar, o seu estatuto, sobretudo quando se sentia insuficientemente respeitado.
Quando os japoneses enviaram torpedeiros para Port Arthur, o quartel-general russo na China, em Fevereiro de 1904, e afundaram os dois navios mais modernos de toda a armada russa, e depois declararam guerra, todo o governo e os militares pareceram completamente apanhados de surpresa e desprevenidos. (...) A partir daí, o esforço de guerra russo declinou continuamente. Veio derrota atrás de derrota.”
 
(in “Os Três Imperadores”, Miranda Carter, Texto Editores)
 
 
Francisco Teixeira da Mota
 
 
 

A Exposição Colonial de 1934.



 
 
 
 
Fachada do Palácio das Colónias
 

Grupo de Colonos da Guiné
 
 

3 Graças Indígenas
 

Aldeia de Bijagós
 
 

Typo de raça Bijagós
 
 

Typo de raça Bijagós
 

Typo de raça Bijagós
 
Estação de caminhos de Ferro (S. Bento)

 

 


Grupo de representantes da colónia de Timor


 

Procedendo à toilete

 

Cubatas – Habitação dos indígenas

 

Ponte D. Maria Pia
 

Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados

 

Arco dos Vice-Reis da Índia

 
 
Organizada por Henrique Galvão no Palácio de Cristal no Porto,  esta manifestação cultural do Estado Novo, já (aqui) referida sob a epígrafe “Um crime antes do tempo”, pretendia ser uma montra do Império e uma lição de patriotismo, trazendo naturais das diversas parcelas do Império com a reconstituição dos seus “habitats naturais” nos jardins do Palácio Cristal.

Desta vez uma recordação “made in Germany”.
 
 
 
Francisco Teixeira da Mota



 
 
 






 

sábado, 30 de agosto de 2014

Photogrammar.

 
 
 

 
 
 
        A propósito de umas belas imagens do Maine, captadas por Onésimo Teotónio de Almeida, um simpático e muito amigo leitor sugeriu um site que desconhecia, Photogrammar, da Universidade Yale. Trata-se de uma compilação das cerca de 170 mil fotografias – repete-se: 170 mil fotografias – que se encontram arquivadas na Biblioteca do Congresso e que foram tiradas, entre 1935 e 1945, ao serviço da Farm Security Administration e do Office of  War Information. Há uns tempos, escrevi um texto acerca do livro de James Agee sobre os algodoeiros do Sul, acompanhado das inesquecíveis e poderosíssimas Walker Evans. Aqui, no Photogrammar tem à disposição uma plataforma digital que permite procurar e visualizar o acervo fabuloso da FSA e do OWI. Através de um mapa interactivo, entre outras funcionalidades incríveis, o Photogrammar permite-nos fazer a América coast to coast. Uma luxúria. Obrigado ao leitor «Camisa» por nos dar a conhecer este delicioso pecado.



Gurs.

 
 
 
Fotografias de João Medina






Perto de Orthez, o campo de concentração de Gurs. Aqui esteve detida, entre tantos outros, Hannah Arendt; de onde saiu rumo a Portugal.
 



 
 

Doñana.




Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo

 

Doñana.



Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo
 
 

 

Doñana.

 
 
Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo


Doñana.

 
 
 
Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo

Doñana.

 
 
Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo

Doñana.

 
 
 
 
Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo



 

Doñana.

 
 
Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo



 
 
 
 


Doñana.

 
 

Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo



Doñana.

 
 
 
 
 
 
Parque Nacional de Doñana.
Fotografia de António Araújo


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A testemunha.







 
A mulher na fotografia chama-se Michelle Lyons e vive no Texas. Segundo conta o Texas Monthly, nesta reportagem notável, começou a trabalhar em 2001 no Texas Department of Criminal Justice, mais precisamente na prisão de Huntsville, tendo várias tarefas, entre as quais testemunhar as execuções que aí se realizam. Ao longo dos anos, quer como antiga repórter, quer como funcionária estadual, presenciou 278 execuções. Ao início, Michelle anotava o que sentia num diário, mas deixou de o fazer. Durante os anos em que esteve em Huntsville, Michelle só falhou três execuções: uma, no dia do seu casamento; outra, quando se encontrava de licença de parto e outra, por fim, quando acompanhava os jornalistas que faziam a cobertura de uma fuga de reclusos. Hoje, Michelle Lyons já não trabalha no Texas Department of Criminal Justice. O seu antigo chefe reformou-se mas continua a ser testemunha. Testemunha de defesa, nos processos que possam resultar na aplicação da pena de morte. Michelle não é uma adversária aberta da pena capital, mas questiona os novos métodos que estão a ser utilizados. Ela e o seu antigo chefe insurgem-se contra as drogas que agora são frequentemente usadas nas injecções letais. Drogas que levaram, por exemplo, a que no passado mês de Julho, no Arizona, Joseph Rudolph Wook tenha agonizado durante duas horas antes de morrer. «Contorcia-se como um peixe fora de água», disse um repórter que presenciou o episódio macabro. O Estado do Texas tem restringido o acesso dos jornalistas às salas de execução.
 
 

Sob o signo de Hopper.

 
 
 



Maine, EUA.
Fotografias de Onésimo Teotónio de Almeida



terça-feira, 26 de agosto de 2014

Porcas em Penafiel, vacas na Ribeira Grande.

 
 
 
Porcas (Penafiel)

 
 
 
No resplandecente, muito útil e cada vez mais buliçoso OLX é possível adquirir um «Porco vietnamita / do Vietname» pela quantia compreensível de 30 euros, mais portes de envio. Em rigor, o que se comercia são três «porcas vietnamitas / do Vietname», nascidas a 12 de Março do corrente e descritas assim, com uma pontita de bazófia: «São animais muito inteligentes, meigos e engraçados. Estão em óptima idade para adaptação a qualquer tipo de ambiente.» Isto passa-se em Penafiel, que é terra de gente decente, asseada e outrora próspera.
 
O Urso Peluche Vaca (Ribeira Grande, Açores)

 

 
Nos Açores, mais pudicos e avessos a porcarias vietcong, apareceu uma pessoa na localidade de Ribeira Grande que, na categoria «Animais Domésticos» (repete-se: na categoria «Animais Domésticos»), colocou, por 5 euros, um animal bizarro, crê-se que não feroz. Trata-se de um «Urso Peluche Vaca». Não são oferecidas mais explicações, científicas ou de senso comum, para este estranho fenómeno da Natureza, certamente de origem vulcânica. Intrigantes mistérios insulares. Desde logo, a classificação desta espécie, raríssima, na classe dos «Animais Domésticos». E depois, em segundo lugar, não podemos deixar de constatar  com pavor este arrepiante cruzamento de um urso com uma vaca. Agravante: o potencial comprador é mantido na ignorância do essencial. Avolumam-se, portanto, as interrogações: a porca da vaca também é de peluche ou só o malandro do urso é que era de peluche? Como é que um urso, sendo de peluche, se entenderá com uma vaca à séria, daquelas malhadas e em pêlo? E, afinal, onde pára o Urso da Ribeira Grande? Na imagem, a vaca, tristonha e abandonada, suspira pelo seu ursinho pelucheiro que em todo este lamentável episódio se comportou, convenhamos, como um autêntico «porco vietnamita / do Vietname», com isso maculando a dignidade já secular quer do concelho penafidelense, quer do concelho ribeiragrandense, ambos municípios por regra ordeiros e até assaz  trabalhadeiros.  
 
 
 
 

Mount Desert Island, Maine: o refúgio de Yourcenar.

 
 
 
 





Fotografias de Onésimo Teotónio de Almeida