Elliot Erwitt
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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
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terça-feira, 22 de dezembro de 2015
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Labirinto de mágoas.
O
Dr. Daniel Sampaio é um médico respeitado e escutado, com uma vasta carreira clínica e
uma obra escrita não menos vasta. Tudo isso torna ainda mais grave o que disse, no
passado domingo, na revista do Público/P2. A propósito dos rankings das escolas, num artigo intitulado «A Mentira dos Rankings», escreveu o seguinte:
Entendamo-nos: criticar esta afirmação
do Dr. Daniel Sampaio nada tem de ideológico nem implica a defesa dos rankings ou das escolas privadas. Se há aldrabices nos rankings e no ensino privado, nada como denunciá-lo; mas denunciá-lo com factos concretos. Ora, o que
impressiona é a leviandade com que se faz uma acusação desta gravidade. E feita
por uma pessoa com autoridade, com uma experiência clínica de quatro décadas.
Acusar as «escolas privadas», sem mais, sem dizer quais, de discriminarem alunos em
função dos seus comportamentos – e, note-se, das suas perturbações mentais – é algo
muito grave. Gravíssimo. O Dr. Daniel Sampaio diz ser um facto «indesmentível».
Mandava a ética e probidade que tivesse denunciado essa discriminação criminosa, logo quando
ela ocorreu; ou, no mínimo, que fosse mais concreto no manto de suspeição que, com
inconcebível ligeireza, lança sobre todas
as escolas privadas.
Repito: nada me move a favor do ensino
particular ou cooperativo (nota pessoal: todas as minhas filhas frequentam
escolas públicas). Mas, insisto: tudo me move contra a forma leviana – que espero
ter sido impensada, e não fruto de sectarismo ideológico – com que o Dr. Daniel
Sampaio, sem apresentar provas nem denunciar factos, formula uma acusação de
enorme gravidade. Exigia-se um esclarecimento do que diz. Ou, em alternativa,
um pedido de desculpas. Em 40 anos de prática médica, ao deparar com casos destes, mesmo respeitando o
segredo médico, o Dr. Daniel Sampaio, autor d'A Arte da Fuga, não actuou, nada denunciou? Preferiu ocultar, silenciar? E quais são, em
concreto, as «escolas privadas» que assim procedem? Mantendo-se a dúvida, a
terrível dúvida, resta à Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo intentar uma
acção judicial contra o Dr. Daniel Sampaio. Não sei se o irá fazer, desconheço quem são
os representantes dessa associação. Em todo o caso, impressionou-me a forma
leviana como alguém com tanta experiência, credibilidade e reputação escreve «opinião» num jornal lido por milhares de pessoas. O Dr. Daniel Sampaio pode ter toda a autoridade do mundo como
médico psiquiatra. Mas, como colunista, estamos... conversados.
António
Araújo
domingo, 20 de dezembro de 2015
Till death do us part.
Num
livro que ainda não li, Objectos Feitos de Cancro, de Susana de Noronha, descobri uma fotografia da série Till death do us part, de Ron Erdrich.
Fui à procura das outras imagens, apareceu-me isto.
Voyeurismo? Realidade.
Natal? Todos os dias.
Natal? Todos os dias.
Sugestão de Natal.
«A
vida real está cheia de prodígios que nos desconcertam; porque se os
quiséssemos imaginar não tínhamos tanta arte, ainda que nos sobrasse a razão»,
diz Agustina neste livro, onde a lucidez da razão se alia a uma arte suprema. Contas
feitas, Crónica da Manhã é um
prodígio que nos desconcerta em cada parágrafo. Um livro espantoso.
sábado, 19 de dezembro de 2015
A geringonça.
Gostos
discutem-se. E, para o meu gosto, o Museu do Amanhã, projectado por Santiago
Calatrava, é um pavor. É certo que foi construído numa zona degrada da baía do
Rio de Janeiro. Mas macular desta forma a mais bela cidade do mundo… não havia
direito. Reparem na piscina azul, nas palmeirinhas adjacentes, a emoldurar a
nave Star Trek. Previsíveis, insuportáveis na sua visão paternalista do que é
«ser Brasil». Por cá, junto ao Tejo, prepara-se uma concha grotesca, sob os
auspícios da EDP. Mas esta, do Calatrava, ultrapassa tudo o que há de mau. E no
Brasil há tanta e tão boa arquitectura…
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
impulso!
100 discos de jazz para cativar os leigos e vencer os cépticos !
# 8, # 9, # 10 - DUKE ELLINGTON
Fotografia de William P. Gottlieb (1946)
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Na noite de 16 de Maio 1930 a orquestra
de Duke Ellington estreava-se no Palace Theater, um colosso com mais de 1.700
lugares. Os músicos, que chegavam virgens a tão pomposas núpcias, repararam na
presença de todos os deuses do olimpo musical de Nova Iorque, roçando ombros na
plateia com as eminências da crítica e da high
society. Entra em cena Ellington na sua impecável casaca branca, debaixo de
enorme ovação. Vira-se para a banda e ao sinal da batuta… nem um pio: ela paralisara
de pânico, como se encarasse o Dia do Juízo Final. Duke enfrenta o auditório
com uma vénia, fazendo de conta que se havia esquecido de agradecer e ao volver
de novo para os instrumentistas, dardeja-lhes um olhar inclemente e ruge:
“Play, you bastards!”
O contrato de uma semana prolongou-se
por 15 dias, com bilheteira esgotada e recensões entusiásticas. A Orquestra de
Duke Ellington já não era só o epicentro nocturno dos roaring twenties, irradiando a partir do Cotton Club, consagrava-se
agora urbi et orbi.
Na
geografia do jazz Duke Ellington domina como a cordilheira mais alta. Personificando
uma época e uma ética em que a inspiração e o talento eram apenas óptimas
ferramentas de trabalho e não um fim em si, publicou sem interrupção desde 1927
(cataloga-se “Black and Tan Fantasy” como o seu primeiro grande êxito) até 1973
com “Eastbourne Performance”, a derradeira actuação gravada. Recolheu direitos
de autor de 1.500 peças, desde solos de piano e canções, até oratórios e óperas,
repertório para o qual não haverá dedos no corpo que contem o número de
standards de jazz, uma boa porção deles elevados a obras decisivas da música
americana do século XX. É hoje consensual venerá-lo ao lado, tanto de
compositores “sérios”: Aaron Copeland, Charles Yves, ou o seu fã incondicional
Leonard Bernstein, como de autores “populares”: os Gershwin, Jerome Kern, Irving
Berlin ou Cole Porter. Tudo isto sem nunca ter abandonado a “estrada”, actuando
esta noite num salão de baile nos batatais do Idaho e amanhã numa igreja em S.
Francisco. Numa estante talvez caibam os livros biografando o músico,
dissecando a música e decantando a lenda: as anedotas sobre ele são legião,
pois apesar do renome e da riqueza os vizinhos não estranhavam ver Mr.
Ellington sair às ruas de Harlem a meio da noite, em robe de chambre de seda, se lhe apetecesse saborear o frango frito
do estaminé da esquina.
Never No Lament: The Blanton-Webster Band
2003
BMG
- 38049/51
Duke
Ellington (piano, celeste), Rex Stewart (cornete), Cootie Williams (trompete),
Ray Nance (trompete, violino, voz) Wallace Jones (trompete), Juan Tizol
(trombone de válvulas), Joe Nanton (trombone), Lawrence Brown (trombone),
Barney Bigard (clarinet, saxofone tenor), Johnny Hodges (saxofone alto &
soprano, clarinet), Otto Hardwick(saxofone alto), Ben Webster (saxofone tenor), Chauncey
Haughton (saxophone tenor clarinete), Harry Carney (saxophone alto &
baritone, clarinet), Billy Strayhorn (piano, celeste), Fred Guy (guitarra), Jimmy
Blanton (contrabaixo), Sonny Greer (bateria), Ivie Anderson (voz), Herb
Jeffries (voz).
Um
dos percursos possíveis através da cerrado substância de Duke Ellington poderá
partir de “Never No Lament: The Blanton-Webster Band”, que compila a totalidade
dos registos da orquestra entre 1940 e 1942. Esta música não é um princípio mas
um apogeu. À entrada da década de 40 o predomínio da orquestra de Ellington no
swing era incontestado, mesmo que a sua popularidade fosse superada por
músicos, todos obviamente “caras-pálidas”, como Benny Goodman, Tommy Dorsey e
Artie Shaw – que o respeitavam como a um mestre – ou pelo enxofrável Glenn
Miller.
Os musicólogos constataram
que entre o legado de pautas escritas e o que se escuta nas gravações há
assinaláveis diferenças de pormenor. “Não consegues escrever música como deve
ser se não souberes como o intérprete joga poker”, deslindou Ellington. Ele
acarinhava, pois, os 18 elementos da banda, incentivando-lhes o protagonismo e
realçando-lhes a individualidade com adaptações da partitura à feição de cada
um. Tivessem nascido 15 anos depois e arriscado encabeçar formações próprias,
nomes como os de Cootie Williams, Juan Tizol, Harry Carney e, sobretudo, Johnny
Hodges, contar-se-iam entre as personalidades maiores da história do jazz;
liderados por Duke Ellington constituíram uma dream team a que o tempo tem dado proporções míticas. Três vultos
exigem, porém, destaque. Jimmy Blanton, cuja morte aos 23 anos de idade coarctou
o génio aqui em flor, mas ainda lhe permitiu ter determinado por completo o
futuro do contrabaixo no jazz. O saxofonista tenor Ben Webster, impetuoso com o
instrumento e desabrido com os camaradas, que firmou o seu relevo no tirocínio
com Duke. E Billy Strayhorn, a eminência não tão parda como isso da orquestra, lugar-tenente
de Ellington, letrista e arranjador dos temas com maior sucesso.
Cada
uma das músicas de “Never No Lament” foi prevista para ser ouvida com os pés e
com par. Mas desdobram-se nela tantas camadas de sabores; é tão luxuosa em
detalhes nos colóquios entre as secções tímbricas e os solistas, ou nas
entradas e saídas de cada naipe de instrumentos; refina tamanha cópia e
variedade de soluções surpreendentes; que se pusermos o corpo todo em modo de
escuta, ela desperta regiões pouco estimuladas do nosso cérebro auditivo.
Black, Blue and Beige
1958
(2011)
Sony
Music Distribution - COL4684012
Duke Ellington (piano), Cat
Anderson, Harold Baker, Clark Terry (trompetes), Ray Nance (trumpete, violin),
Quentin Jackson, Britt Woodman (trombones), John Sanders (trombone de
válvulas), Jimmy Hamilton (clarinete), Bill Graham (saxofone alto) Russell
Procope (clarinet, saxofone alto), Paul Gonsalves (saxofone tenor), Harry
Carney (saxofone barítono), Jimmy Woode (contrabaixo), Sam Woodyard (bateria),
Mahalia Jackson (voz).
Insatisfeito
com a fama e a fortuna, Duke Ellington perseguiu os degraus mais altos do
Parnaso. Queria chegar com a música negra americana onde um judeu – às
afinidades musicais juntava-se a simpatia entre culturas oprimidas – já chegara
com ela, em 1934 com “Porgy and Bess” de Gershwin. Desta ambição resultou
“Black, Brown and Beige”: uma suite? Um poema sinfónico? A magnitude do projeto
recebeu reticências de todos os pontos cardeias: os do jazz, estranharam-no
como se estivesse fora de portas da cidadela, os da clássica, concluíram que o
jazz estava a dar um passo maior que a perna.
Há
uma gravação da estreia de 1943 que passará por relíquia histórica, e um trio doutras
lhe sucederam, tão poucas quantas as vezes que a peça foi tocada. A versão mais
acabada é a de 1958, que corresponde à última revisão da partitura pelo punho
de Duke Ellington. Nela, a secção intitulado “Come Sunday” atingiu a sua
expressão máxima e definitiva – um esplendor que toca no céu. Além dos
enérgicos membros da banda de Ellington à época, a pedra de toque de “Black,
Brown and Beige” é a opulenta voz de Mahalia Jackson, a “Rainha do gospel”, que
por esta altura atingia o zénite – na belíssima definição de Stanley Crouch, o
canto dela imprime a sensação de que revela a Verdade.
Inclassificável
como jazz (palavra que Ellington aliás repugnava), mesmo um daltónico entende
que “Black, Brown and Beige”, deve tudo à tradição musical negra, dos blues ao…
jazz, até pelo facto assaz tangível de ter sido escrito (e interpretado) para a
formação instrumental distintiva da orquestra de jazz.
O
que os cépticos da altura estavam impedidos de compreender, por se encontrarem
amarados às contingências do seu período (coisa que é comum acontecer, salvo
àqueles eleitos que dão por isso) é que mais de 70 anos após a primeira
audição, “Black, Brown and Beige” permanece vivaz, exuberante e fresco, afinal
o sinete daquilo a que se chama de “clássico”.
Ellington at Newport
1956
(1999) (2009)
Columbia
- CK-40587
Duke
Ellington (piano), Harry Carney (saxophone barítono), John Willie Cook, William
"Cat" Anderson, Clark Terry (trompete), Ray Nance (trompete, voz), Paul
Gonsalves (saxofone tenor), Jimmy Hamilton (clarinet), Johnny Hodges, Russell
Procope (saxofone alto), Quentin Jackson, John Sanders, Britt Woodman
(trombone), James Woode (contrabaixo), Sam Woodyard (bateria), Jimmy Grissom
(voz).
[Esta é a versão canónica de 1999, a que
recuperou as duas gravações do concerto, sintonizou-as meticulosamente e gerou
uma reprodução digital estereofónica brilhante. É um dos grandes feitos de
restauração musical.]
Em
1956 o swing declinava e as novas coisas do jazz atraíam as atenções gerais. Que
Duke Ellington nunca se desfasaria da contemporaneidade vieram a provar as suas
gravações de 1962 em pequenos combos, um com John Coltrane outro com Coleman
Hawkins, para a etiqueta Impulse!, além do famigerado “Money Jungle”, em trio
com Mingus e Max Roach, cuja frieza denota a atmosfera tensa em que decorreu a
sessão, por efeito de uma insolência de Mingus que obrigou Duke a pô-lo
severamente na ordem.
Mas
em 1956 Ellington fazia por escapar às armadilhas do prestígio, a pior das
quais é ser homenageado de corpo presente como peça de museu. No Verão desse
ano, apresentou-se, assim, no Festival de Newport com uma nova orquestra, cheia
de crença e determinada em fazer prova de vida. À fiel velha guarda (Harry
Carney, Ray Nance, Russel Procope, etc…) somavam-se uns moços com sangue na
guelra, em especial o trompetista Clark Terry e um acanhado saxofonista tenor,
que estagiara com garbo nas bandas de Count Basie e Dizzy Gillespie,
aparentando ter menos confiança em si do que Duke Ellington nele. A arma
secreta era, porém, um Johnny Hodges acabadinho de regressar à orquestra e sem
vergonha nenhuma em puxar pelas notas mais estridentes e agudas do seu saxofone
alto – guardado estava o bocado.
O
recital principia diante de um público respeitoso, desenrolando-se com vivacidade
e calor, mas sem aleluias. Entrada mais de meia hora na função, Duke anuncia
que irão executar os conhecidos temas “Diminuendo in Blue” e “Crescendo in Blue”,
separados por: “um.. hum.. intervalo… hum… de Paul Gonsalves”. À deixa,
Gonsalves levanta-se e, passo a passo, mas depois em êxtase, incentivado pelas
interjeições dos companheiros – se de olhos fechados ou não, ninguém soube
garantir – desencabrestou num solo prolongado por 27 compassos (mais de 10
minutos!), o que em música, e ao vivo, dura uma viagem à lua e volta. O público
de Newport mandou a sua proverbial compostura às malvas e desmanchou-se num
tumulto eufórico, como um estádio de futebol após o golo. Daí em diante a
orquestra viu-se praticamente impedida de sair do palco e a organização do
Festival já não sabia o que fazer – se dependesse da plateia ainda hoje
estariam lá a tocar… Tudo isto ficou registado e foi publicado com o lacónico
título “Ellington at Newport”, um dos discos axiais da história do jazz.
A
doutrina veio a dividir-se. Duma parte afirma-se que o relâmpago de Paul
Gonsalves insuflou mais 8 anos de vida à orquestra de Duke Ellington e ao
swing, como género dinâmico, quando o davam comatoso. Doutra parte repara-se
que Gonsalves é fruto a formidável organização de Duke Ellington sem a qual não
teria amadurecido. Mas ambos os partidos concordam que foi preciso esperar uma
década por John Coltrane, para se assistir a proeza equivalente ao rasgo de 7 de
Julho de 1956, perpetrado em Newport por Paul Gonsalves.
Ao
cabo de mais de um século após o nascimento de Duke Ellington e 40 anos sobre a
sua morte, a galáxia musical que ele gerou continua em expansão. É possível
acreditar que nunca venha a extinguir-se.
José Navarro de Andrade
Sugestão de Natal.
Manual
de auto-ajuda: entre numa livraria, compre este livro, leve-o para casa, comece
a lê-lo. Vá avançando mar adentro, mergulhando nas profundezas onde vivem os cachalotes
e outros mamíferos de grande porte. Comprei este livro em castelhano, inglês e
português. Confesso, sem grande orgulho, que desde há muitos anos junto uma
biblioteca já razoável sobre baleias, bisontes europeus, rinocerontes e outros bichos
como nós. Raramente falo de animais aqui no Malomil, pois já basta o que basta
para a paciência dos leitores. Mas deixem-me apenas que diga que, sobre
baleias, este é muito provavelmente o melhor livro que já li na vida. Quando,
há muitos meses, talvez um ano, li algures que iria sair em Portugal não
larguei o stand da Cavalo de Ferro na
Feira do Livro sem de lá sair com a garantia de que Leviatã. Em busca dos gigantes do mar, de Philip Hoare, ia mesmo
ser publicado. Passaram meses, floriu agora, em vésperas do Natal. Philip Hoare
escreve maravilhosamente e, quando damos por nós, estamos enleados no poder
encantatório do seu verbo. Um contador de histórias inigualável, um livro que
não é um livro, é uma dádiva. Por amor dos deuses, não o percam. Experimentem
ler as primeiras páginas. Depois, falamos.