.
O El País de hoje publica uma reportagem sobre o trabalho de Jason DeCaires Taylor. Em 2009, Taylor colocou um gigantesco conjunto escultórico – mais de 500 figuras – no fundo do mar, em Cancún, no México. Como convém aos novos tempos, as esculturas, que todas juntas se assemelham às dos soldados de Pequim, são feitas num cimento de PH neutro, tendo o projecto como objectivo que, a prazo, o conjunto se converta num recife de coral. É interessante observar os efeitos que, em tão pouco tempo, o mar já produziu em algumas figuras, regularmente visitadas por cardumes e medusas que dão belas fotografias subaquáticas. A evolução silenciosa, desde o modelo real, em carne e osso, até à formação do recife, com a escultura pelo meio, ponte entre duas vidas, a terrestre e a marinha. The Silent Evolution não é o primeiro trabalho de Taylor e outros há que até me parecem mais conseguidos. Outros, pelo contrário, são muito mais, como o recente Phoenix. É claro que tudo isto é um pouco kitsch mas, no fundo, no fundo, lá bem no fundo dos mares do Caribe, é um projecto original, ainda que não pioneiro. Pelo menos, o trabalho de Taylor parece ser inocente e não faz mal a ninguém. Nos tempos que correm, não é pouco.
António Araújo
Vicissitudes, Granada, Índias Ocidentais |
Sem comentários:
Enviar um comentário