28-VIII
O Museu
da Alfazema
Visita
ao Museu da Alfazema, em Coustellet, a poucos quilómetros daqui, junto à
estrada Cavaillon-Apt, no coração do parque natural do Luberon. Foi em 1991 que
a família Lancelot, ligada à indústria da perfumaria, decidiu criar este museu
tão necessário, sendo a alfazema um dos emblemas desta região; ele explica como
se cultiva e se fabricam os perfumes derivados desta tão antiga planta
aromática, que esteve desde os romanos ligada à vida na Provença, aventura que
este museu sabe explicar de forma simples e atraente a ainda exibindo toda uma
colecção de alambiques para extracção das essência da alfazema, depois
convertidas em frascos de loção corporal, sabonetes e perfumes. Alguns dos
alambiques de cobre vermelho que aqui se exibem são do século XVI, alternando
estes objectos com monitores televisivos que mostram aos visitantes como se
cultiva a alfazema nos campos, se colhe e se obtém, por fim, o líquido
destinando à indústria da perfumaria. Toda uma secção mostra como se fabricam
sabonetes, cremes e outros produtos de beleza com base nesta planta ancestral
que os romanos associavam à sua higiene diária, assim como à saúde e ao prazer
de aromatizar o dia-a-dia. A família Lancelot, a que se deve esta boa ideia
museológica, é dona de 300
hectares de terrenos de plantio da alfazema.
A
Provença é um conjunto de imagens, hábitos, sabores e perfumes, e nesta
panóplia tradicional de culturas, ao lado das cigarras e dos santons – bonecos de barro cozido
colorido, vestidos com roupas de acordo com os mesteres que exercem na vida
quotidiana, usados para decorarem os presépios de Natal –, está a alfazema que
este museu tão apropriadamente honra com o seu sentido pedagógico e é
propagandístico, já que a última sala deste museu é se destina à venda dos mil
e um produtos derivados desta fainas aromáticas que a alfazema possibilita. E
não deixa de ser curioso pensar-se que para se obter um litro de óleo desta
planta são precisos cem quilos de flores.
João Medina
Aí está um museu que gostaria de visitar. A indústria dos perfumes sempre me fascinou.
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