quinta-feira, 7 de novembro de 2013

From Russia with love.

 
 
 
 




















Há dias, publiquei aqui algumas imagens de famílias dos USA, um festival de foleirismo norte-americano. Agora que Vladimir Putin superou Barack Obama na lista dos mais poderosos da Forbes, é tempo de mostrar a Velha Rússia. Quando recebi estas imagens, não sei porquê, lembrei-me de um livro, The Killer Department. Conta a história da perseguição e captura do horrível Andrei Chikatilo, assassino em série, canibal insano. Um retrato devastador dos tempos terminais da União Soviética. Percebi melhor a derrocada da URSS ao ler esse livro do que a passar os olhos por doutas análises académicas e ensaios oportunistas de ocasião. Estas imagens convocam o lado grotesco da Rússia, um dos países mais desconcertantes que conheci, terra imensa e áspera que mistura o pior foleirismo com a maior profundidade e densidade de emoções. Na Rússia tudo se serve em extremo, do frio ao mau-gosto passando pela beleza pura, aquela que nasce do sofrimento. Vindas daqui, estas imagens não são de beleza, ainda que pretendam sê-lo. São imagens de sites de encontros românticos. É assim que muitos russos, jovens, se apresentam ao mundo, naquilo que julgam ser a sua melhor face. Dá para rir ou para arrepiar, entre a troça pelo kitsch e a percepção incómoda de que por aqui vagueia algo que é doentio e tristíssimo, até mesmo perverso. Do que se trata, não sei.



2 comentários: