Até 2 de Novembro, estará patente no Museu de São
Roque (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) uma exposição extraordinária. Já
muitos falaram dela (aqui, por ex.),
não vale a pena insistir: «Visitação. O Arquivo: Memória e Promessa» é
absolutamente imperdível. As fotografias ou as cartas de jogar cortadas em
dois, que acompanhavam as crianças «doadas», e que um dia, caso fossem
reclamadas, serviriam de prova de paternidade. Uma fita de branco, bordada com
a mensagem: «Triste separação. Mas breve te verei». Escrito em 1853. Será que
aquela mãe viu de novo a criança que entregara à Santa Casa? Sobre a exposição
queria apenas falar doutra coisa, também imperdível: o catálogo. Por menos de
vinte euros, o catálogo de «Visitação», além do livro central, vem acompanhado de
três volumosos cadernos. No primeiro, as fotografias de ortóteses que, nos anos
1950-1960, foram feitas pela George Warm Springs Foundation, e que serviram
para a formação do pessoal do Hospital de Sant’Ana. No Caderno 2, os «Sinais
dos Expostos», como as cartas de jogar ou a fita bordada (nesta matéria, há um
livro/catálogo de 2001, Os Expostos da
Roda da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa). No terceiro e último
caderno, a reprodução parcial de um relatório para remodelação da «sopa dos
pobres», com abundantes e impressionantes fotografias. Num posto de
distribuição da sopa, uma fila com uma criança. Descalça, no ano de 1959. Visitação, a exposição e o catálogo.
Um autêntico Euromilhões.
Obrigado pela informação.
ResponderEliminarFui lá hoje e comprei.
Infelizmente há um CD que faz parte do mesmo e que não pode ser disponibilizado por um qualquer obscuro motivo e implica voltar lá mais uma vez para o ter.
Porque será quem Portugal mesmo o que é bom, tem sempre uma falha?
Também me aconteceu... Mas não nos lamentemos, teremos de lá voltar a buscar o CD. Mas, mesmo sem o CD, o catálogo é soberbo, não acha?
EliminarUm abraço cordial,
António Araújo
Absolutamente, e a simpatia da funcionária a quem indiquei este blog e que foi consultado à minha frente também muito cativante.
ResponderEliminarAvisei-a que a leitura do blog podia ser contagiante.