Já
aqui falámos das imagens do cadáver de Che, e das suas semelhanças com a
iconografia do martírio de Cristo. Também contámos a história de Vivian Maier –
ou, melhor, do processo que agora corre nos tribunais à conta da descoberta do
seu espólio, que manteve longe dos olhares do mundo durante décadas.
Esta
semana, pelo El País, soube-se que algumas imagens históricas da morte de Guevara estiveram
perdidas e foram reencontradas por um puro acaso numa caixa de puros. Não são
os 4.000 negativos de Capa, Chim e Taro que foram achados na «maleta mexicana»
(outra história das arábias!) mas, ainda assim, são imagens que permaneceram
ocultas quase meio século. O fotógrafo Marc Hutten, da France Presse, tirou as
fotografias do Che na Bolívia, onde foi assassinado. Por segurança, deu oito cópias
a um padre missionário de Saragoça, Luís Cartero. O missionário trouxe-as para
Espanha em 1967. Por vias sucessórias, foram parar às mãos do sobrinho, que
desde pequeno ouvira a história de que existiam fotografias de Ernesto Guevara
na sua casa. Era uma lenda familiar, estória de encantar. Afinal, verdadeira.
Também verdadeira, mas parecendo lenda,
é a história da descoberta de cerca de meio milhão de fotografias na China.
Contada na New Yorker. E sim, 500 mil imagens, que na China é tudo desta grandeza. Um projecto levado a
cabo desde 2009 por Thomas Sauvin, que descobriu, destinados a serem reciclados,
quilométricos rolos de película. A vida quotidiana dos chineses, em imagens que
datam desde 1985 d.C. até aos nossos dias. Comprou-as ao quilo e descobriu pérolas
no fundo do rio. Criou uma conta no Instagram onde coloca o dia-a-dia dos
chineses – imagens estranhas e bizarras, outras familiares e corriqueiras.
Surpreendentemente, diz Sauvin, até hoje ninguém reclamou a autoria de
qualquer das fotografias ou afirmou estar retratado nelas. E são todas lindas, muito lindas:
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