O
Marcos anda a desenhar umas fantásticas baleias, entre outras coisas
fantásticas. Por isso, lembrei-me de lhe agradecer mostrando uma baleia
fantástica, talvez a «imagem de marca» do genial Utagawa Kuniysohi (1798-1861),
do qual está patente uma fantástica exposição… em Milão. Se de Hokusai, outro
génio nipónico, se fala sempre da onda, a célebre «onda do Hokusai» qyue figura
em tudo quanto é poster, íman para o frigorífico e demais patetadas, de
Kuniyoshi, bem menos conhecido, fala-se da baleia. Veja-se o merchandising da Skira, aqui. Mas Kuniysohi tem uma obra
mais vasta do que a baleia, uma obra interminável e bizarra. Abstemo-nos da
componente erótica e, por hoje, só mostramos alguns monstros, dos grandes e bons,
aterradores q.b. Os discípulos do mestre tiveram todos, óvalhadeus, nomes começados por y e foram estes: Yoshitoshi, Yoshitora, Yoshiiku, Yoshikazu, Yoshitsuya e, claro, o bem conhecido Yoshifuji. E, na esteira destes, tudo quanto é desenhador de mangá.
Delícia das delícias, há um catálogo raisonné online da obra deste ilustrador, com mais de 5.000
imagens (http://www.kuniyoshiproject.com/). Escusava eu, se o soubesse, de ter comprado este livro, fantástico
como fantásticas são as obras de Kuniyoshi e do grande Marcos. Em breve, até porque é uma das
facetas mais interessantes do seu trabalho, conto mostrar os rostos kómikos de
Kuniyoshi que se assemelham aos de Arcimboldo, outro génio do nonsense pictórico. Para o Marcos, vai
um abraço do
António Araújo
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