Esta
super-tia francesa chama-se Louise Lévêque de Vilmorin, que nasceu e morreu num
belo castelo nos arredores de Paris. Não foi certamente pela sua dentição que
Louise ficou conhecida para a História. Repare-se, porém, no vibrar dos seus
olhos quando fala. E na afectação parisiense da voz, uma modulação perfeita. Há
ali, sem dúvida alguma, uma certa idée de
la France. Louise chegou a estar noive de Antoine de Saint-Exupéry, mas a
família da noiva opôs-se ao enlace com um homem que, apesar de pai de um
principezito, não tinha os pergaminhos dos Vilmorin. Vai dá, a rapariga casa-se-me
com um americano, e vai viver para Dallas, onde tem três filhos, desse
americano. Antes disso, tivera uma ligação amorosa com André Malraux, entre
outros – mas manda a discrição e o bom gosto que não lhe revelemos os nomes,
até porque está todos na Wikipedia. Além disto, que não é pouco, Louise foi
poetisa, escritora de contos mordazes
passados em meios aristocráticos. Quando a conheceu pela primeira vez, Malraux
disse-lhe, profeticamente: «Nous finirons nos viés ensemble». Voltaram a
relacionar-se em 1967. Depois de se demitir com a queda do gaullismo, Malraux
instala-se no castelo de Louise. Ela morre lá, em 1969. Ele passará aí os seus
últimos dias, ocorridos em Novembro do ano de 1976.
Sem comentários:
Enviar um comentário