Vidas singulares: Marsha Jordan.
Não
sabia quem era Marsha Jordan e,
provavelmente, a esmagadora maioria dos leitores também não sabe quem é Marsha
Jordan. Exceptuam-se, claro, os especialistas e apreciadores de filmes softcore
dos anos 60, que ainda os há – e muitos. Marsha Jordan foi rainha incontestada
desse segmento cinéfilo apesar de ter nascido no Alabama com o nome Carolyn
Marcel Jordan, de ser filha de um ministro do culto e de ter sido educada num
convento católico. Para adensar as coisas, já de si muito turvas, Marsha dizia
que John Wayne era o seu «último herói». Estávamos nisto quando a jovem vai passar
um Verão a Los Angeles, crê-se quando ainda era hospedeira da Delta Airlines.
Encontramo-nos portanto em 1960. Decidiu abraçar então uma carreira mais
terrena, não tendo quaisquer problemas em filmar cenas de nudez, alegando para
o efeito que só tinha de mostrar o corpo, e não fazer nada com ele. O certo é
que foi com o seu rosto de Faye Dunaway endiabrada e com o seu corpo desnudo que
Marsha rodou várias películas de autor, filmes de tese como Dr. Sex (1964), Lady Godiva Rides (1969), Marsha:
The Erotic Housewife (1970) ou o adocicado Sweet Georgia (1972). Numa valência mais sanguinária, protagonizou Count Yorga, Vampire, fita de 1970.
Simularia ainda orgasmos bastante convincentes em obras como The Divorcée, College Girl Confidential, Her Odd Tastes ou The Head Mistress. Abandonou os plateaus quando a indústria se
virou para o hard-core puro e duro. E, numa entrevista à imprensa, explicou os
seus motivos: «Vi alguns trailers e aquilo parece um filme médico, nada é
deixado à imaginação». Como se vê, uma senhora com mais cabeça daquilo que
poderíamos julgar, nós e os nossos preconceitos tontos. Marsha vive em San
Miguel, na Califórnia, na companhia do marido John Moore, de quem tem um rapaz
e três meninas.
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