segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Vidas singulares: Marsha Jordan.


 
 
 
Não sabia quem era Marsha Jordan  e, provavelmente, a esmagadora maioria dos leitores também não sabe quem é Marsha Jordan. Exceptuam-se, claro, os especialistas e apreciadores de filmes softcore dos anos 60, que ainda os há – e muitos. Marsha Jordan foi rainha incontestada desse segmento cinéfilo apesar de ter nascido no Alabama com o nome Carolyn Marcel Jordan, de ser filha de um ministro do culto e de ter sido educada num convento católico. Para adensar as coisas, já de si muito turvas, Marsha dizia que John Wayne era o seu «último herói». Estávamos nisto quando a jovem vai passar um Verão a Los Angeles, crê-se quando ainda era hospedeira da Delta Airlines. Encontramo-nos portanto em 1960. Decidiu abraçar então uma carreira mais terrena, não tendo quaisquer problemas em filmar cenas de nudez, alegando para o efeito que só tinha de mostrar o corpo, e não fazer nada com ele. O certo é que foi com o seu rosto de Faye Dunaway endiabrada e com o seu corpo desnudo que Marsha rodou várias películas de autor, filmes de tese como Dr. Sex (1964), Lady Godiva Rides (1969), Marsha: The Erotic Housewife (1970) ou o adocicado Sweet Georgia (1972). Numa valência mais sanguinária, protagonizou Count Yorga, Vampire, fita de 1970. Simularia ainda orgasmos bastante convincentes em obras como The Divorcée, College Girl Confidential, Her Odd Tastes ou The Head Mistress. Abandonou os plateaus quando a indústria se virou para o hard-core puro e duro. E, numa entrevista à imprensa, explicou os seus motivos: «Vi alguns trailers e aquilo parece um filme médico, nada é deixado à imaginação». Como se vê, uma senhora com mais cabeça daquilo que poderíamos julgar, nós e os nossos preconceitos tontos. Marsha vive em San Miguel, na Califórnia, na companhia do marido John Moore, de quem tem um rapaz e três meninas.
 
 
 

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