Björn
Ulvaeus em casa dos seus pais, em Västervik. A família mudou-se para lá quando
Björn tinha seis anos, a fotografia é de 1972, no preciso ano em que os ABBA foram
criados e viram a luz, a cintilante luz que tanta gente encantou e encanta (ABBA são as iniciais dos quatro membros da banda). Além da maravilhosa
música, os ABBA são conhecidos pela sua indumentária não menos maravilhosa, um
prodígio do kitsch. É flagrante o
contraste com a aparência convencional e pequeno-burguesa dos pais de Björn, mas a
contradição é menor do que parece. Ainda há dias, numa conferência em Lisboa,
Steven Pinker dizia, e bem, que a Suécia dos anos 60 ou 70 era, digamos, muito
mais conservadora do que o Portugal da actualidade. E, como mostrou Gregory
Clark em The Son Also Rises (2014), na
Suécia ainda se faz sentir, de forma muitíssima intensa, o peso esmagador de meia-dúzia
de famílias. A imagem que temos de um país vanguardista nos costumes e
igualitário da política social só em parte é verdadeira. Mas o que é mesmo
verdadeira, absolutamente autêntica, é a maravilha foleirosa e explosiva dos ABBA,
e a imensa alegria que trazem ao nosso quotidiano. Melhor antidepressivo não
há. Já agora, e ao contrário do que se diz, a Suécia e os países nórdicos não
são campeões do suicídio. Boa semana.
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