Desculpem
os leitores pelo facto de o Malomil se estar a transformar num amargo muro de
indignações, mas em breve acaba este rancor todo, promete-se. Sucede que fiquei
muito impressionado com este vídeo do metro de Londres, em que um indivíduo anti-semita
insulta um pai judeu e o seu filho. Vejam, é um sinal dos tempos (uma coisa maravilhosa, esperançosa, veja-se como o agressor é interpelado por uma rapariga muçulmana, ou que parece sê-lo). E se isto não
é «fascismo», e se não nos devemos preocupar com isto, já não sei nada de nada.
Em tempo: em França, se 7% dos muçulmanos foram insultados em função da sua
religião, esse número sobe para 34% no caso dos judeus. Mas pouco se fala disso
por cá, porquê?
Claro que é escandaloso, preocupante e que pede reacções firmes e imediatas. Cautela no entanto com as referências. A revista "Causeur" esta conotada com a direita "dura" populista que procura demonstrar a todo o custo que a preocupação com a "islamofobia" (ponho aspas porque o termo deu azo a polémica, embora ninguém pareça pôr em causa o fenomeno) é exagerada. Portanto os numeros citados merecem ser relativizados, como de resto uma simples leitura do artigo permite rapidamente compreender. Ha discriminações contra os judeus, inaceitaveis. Ha discriminações contra os muçulmanos, igualmente inaceitaveis. De resto, os numeros interessam pouco. As discriminações são inaceitaveis em qualquer caso. Começar a compara-las umas com as outras, hierarquiza-las ou sugerir que ha mais vitimas nuns casos do que noutro é sempre o primeiro passo para complicações inuteis e contraproducentes.
ResponderEliminarUma discriminação insulta qualquer homem, ou mulher. E' inaceitavel, porque atenta à igualdade e fere a dignidade. E, como é obvio, não pode nem deve ser encarada como uma fonte de "privilégio", seja num sentido ou noutro.
Declaração de interesses : advogado investido ha anos, em França, no contencioso anti-discriminação.
Boas