domingo, 1 de março de 2020

... certo, nós temos a Lili Caneças.








Se eu fosse rico e pedante pegava já em 150 e tal euros e comprava já, já Imitatio vitae, que é o último de livro de Marina Cicogna, que aos 85 anos se debruçou e fotografou a fundo os capitéis do Palácio dos Doges, Veneza. Não sei se compraria pelo livro Gucci se pela personagem Cicogna, a condessa italiana que despreza os seus irmãos de sangue, considerando-os uns brutinhos romanos provincianos, a mulher que corajosamente produziu Belle de Jour, de Buñuel, e que levou – e leva – uma vida larguíssima, com um flirt com Alain Delon e uma longa e corajosa relação com a brasileira Florinda Bolkan, que não é bem uma mulher, é todo um universo. A condessa-por-vezes-descalça que conheceu todo o mundo, incluindo, claro, Eduardo Pita, ou Pitta. Além deste rapaz a arder, a Cicogna foi amiga de Brigitte Bardot, Jacqueline Kennedy, Greta Garbo, Helmut Berger, Gianni Agnelli, Juan Carlos de Borbón (esteve noiva de Alfonso de Borbón, duque de Cádiz) e muitos demais happy few, como diria Pita, ou Pitta, na carne viva do seu arrivismo de delícia. Se eu fosse rico e pedante, comprava o livro da Cicogna. Como não sou rico, fico com o pedantismo, que é, em todo o caso, um pouco melhor do que arrivismos, alpinismos e outros tristes tropismos. E agora, a galeria:










Florinda Bolkan











(para a minha grande amiga italiana M., que esta semana passou horas agrestes por causa da sua filha M., febril em Milão)











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