segunda-feira, 2 de março de 2020

Da plateia.







Há muita e tanta coisa que eu devo ao Armando Sevinate Pinto e uma delas foi ter-me apresentado ao que chamava «este vozeirão». E das muitas versões que há para aí de Just Friends esta é das que mais gosto. Não, é mesmo a que mais gosto e a que mais me comove e emociona. Talvez seja mesmo a performance de Amy Winehouse que mais me comove, ainda que todas me comovam tanto, imenso, como agora me arrepia até só de escrever o nome de Armando Sevinate Pinto. Esta interpretação da Amy tem um pormenor assombroso, o remate final. Ouçam a partir do 3:34, ela à procura do pai na plateia, a perguntar por ele, como uma súplica. Depois de morta, o pai e a mãe de Amy Winehouse escreveram memórias sobre a  filha, cada qual o seu livro. Vêm os dois volumes a caminho no maior dos correios expressos, pois não posso aguardar muito tempo até saber o que diz o pai de Amy a partir da plateia, que é donde agora a vê. Aliás, que é donde todos nós a vemos e sempre a vimos, mesmo quando estava viva, assistindo impassíveis à sua destruição, deleitados e concentrados no  vozeirão, que o tinha, ai se o tinha. É tudo uma grande dor na alma.


















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