José Eduardo Agualusa
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Qual a virtude que considera mais
sobrevalorizada?
A
castidade.
Qual o seu passatempo favorito?
Escrever.
Fotografar. Desenhar. Namorar. Não por esta ordem.
Qual a qualidade de que mais gosta
num homem?
Inteligência
e generosidade.
Qual a qualidade de que mais gosta
numa mulher?
Inteligência
e generosidade – e pernas longas.
(José Eduardo Agualusa,
entrevista à revista Somos Livros, nº
5,
Natal de 2013, pág. 72).
Claro, claro. Se uma qualquer escritora inquirida respondesse nas qualidades de um homem "inteligência, generosidade e um rabo firme" até tinha graça. Não era nada machista, e muito menos vulgar.
ResponderEliminarÉ óbvio que seria igualmente vulgarucha, se respondesse com o mesmo nível de boçalidade. Especialmente se fosse uma escritora a falar nestes termos acerca de um homem (ou mulher), e sobretudo se se tratasse de uma oficial do mister com tanto prestígio (justificado ou não, é outra conversa), com percurso reconhecido (goste-se ou não dele), como este escritor. E que tem a responsabilidade de, pelo menos, ser mais interessante (como pessoa que faz das palavras seu ganha-pão, etc.), e já agora, menos rasteiro (e mais respeitador para com as mulheres de quem tanto gosta, ao que tudo indica). Mas o escritor é reincidente em ditos espirituosos deste nível, que, aliás, condizem com a 'persona' que parece tentar criar...
ResponderEliminarE pronto. Um homem a quem perguntem quais os atributos que mais aprecia num elemento do sexo oposto, deverá apenas enumerar qualidades morais. Repito, apenas qualidades morais. Caso tenha a infelicidade de em três qualidades indicar uma que seja física, poderá ser bombardeado com inúmeras denúncias das mais variadas falhas de caracter.
ResponderEliminarPortanto caro leitor, se tem algum amor á pele, nada de responder algo como: “eu gosto de moças inteligentes, de boa índole, e com cabelos loiros”. Não faça isso caro leitor. Não seja vulgar.
A invulgaridade é, acredite ou não, uma mais-valia aos olhos de alguns. Evite aborrecimentos, torne-se invulgar.
Mas atenção, nem todo o tipo de invulgaridade serve. Nada de andar com um funil na cabeça a fazer de chapéu. Não é isso que eles querem.
Seja invulgar á seria, minta descaradamente. Declare ser um anjo incorpóreo rodeado de criaturas espirituais. Ou finja ser um semideus (apenas da cintura para cima).
Não consegue fazer isso? Acha antinatural? Claro que não passa de um vulgar.
Brancos que fingem ser negros. Será uma forma de racismo?
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