O
último ou penúltimo TLS tem uma bela crítica a uma exposição do artista chinês
Ai Weiwei na Royal Academy of Art, que estará patente até 17 de Dezembro.
Não é este o momento para apreciar a
obra de Weiwei, que tem coisas boas e outras um bocadito joana vasconcelos
(ninguém é perfeito). Só queria recordar que, como se conta aqui, a LEGO se recusou a disponibilizar
a Weiwei uma quantidade substancial de mercadoria (a pagar, julgo) com o
argumento de que a empresa dinamarquesa não se envolve em «obras políticas».
Como?! Ainda há uns meses, no MOCAK, o Museu de Arte Contemporânea de Cracóvia,
vi e escrevi aqui sobre uma exposição
chamada «A experiência de Auschwitz», em que uma das obras apresentadas, data
de 1996, se chama KZL Lego, de Zbigniew Libera (n. 1959) e foi feita em
parceria com a LEGO. Isso não é «política»? Para quem tenha dúvidas, recomendo
um livro recente, sobre o qual falarei em breve: de Gabriel D. Rosenfeld, Hi Hitler! How the nazi past is being normalized in contemporary culture.
Um artista perseguido como Weiwei… que
vergonha para a LEGO! Medo das retaliações? Avidez pelo mercado chinês? Que vergonha...
António Araújo
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