Álvaro
Garrido, que faz o favor de ser meu amigo, mandou-me, com a sua habitual
gentileza, o último livro da vastíssima produção de que é autor sobre a pesca
do bacalhau, Henrique Tenreiro, as artes de navegar. Portugal no Mar. Homens que Foram ao Bacalhau, da Âncora Editora e
do Museu Marítimo de Ílhavo (que, diga-se, tem feito um trabalho notável na
recuperação da memória da saga bacalhoeira). Coordenada por Álvaro Garrido,
esta edição, revista e ampliada, é informativa mas, mais do que isso, é
comovente. Folheamos páginas e páginas com rostos de homens, em fotografias
«tipo passe». Ao lado, os seus nomes. Sei que o tema se presta a efabulações
heroicizantes, por vezes descabidas. Mas que esta é uma aventura digna de ser
contada, disso ninguém duvida.
Levas e
levas de homens que foram aos mares do Norte. Nem todos regressaram.
O António Araújo privilegia-me com a sua amizade e com estas simpatias. Este livro é um memorial raro e inclusivo. Segundo os registos do antigo Grémio dos Armadores de Navios de pesca do Bacalhau, preservados no Museu Marítimo de Ílhavo, entre 1935 e 1974 foram ao bacalhau 21 mil homens. Foi uma saga humana tão dramática quanto épica - assim a descreveu Bernardo Santareno. Este livro inscreve no espaço público rostos e nomes desses pescadores-marinheiros.
ResponderEliminarÁlvaro G.