Todos
conhecem A Lição de Anatomia de
Rembrandt ou, melhor dizendo, A Lição de
Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp, óleo de 1662 assim descrito para não
confundir com outro parecido, vindo das mesmas mãos prendadíssimas, A Lição de Anatomia do Dr. Deijman.
Também
sabemos que o autopsiado era um criminoso, Aris Kindt, que fora condenado à
morte por enforcamento sob a acusação de assalto à mão armada.
O
que desconhecia, nesta minha enciclopédica ignorância, é que, pelos vistos, há
um problema com a mão do morto. Foi ao ler o magnífico Os Anéis de Saturno, de W. G. Sebald, que aprendi que a mão aparece
virada e que aquilo que deveria ser a mão esquerda é uma duplicata da mão
direita, atentem lá no quadro e na mão do Kindt. A Wikipedia não diz muito
sobre a coisa mas há, claro, mil e um estudos sobre o quadro, e até sobre o R.
(de Rembrandt) que aparece enroscado no umbiguito do falecido.
Um estudo aturadíssimo, feito por uma legião de doutores do Departamento de Cirurgia Plástica da Universidade de Groningen, explica com rigor e saber que
Rembrandt cometeu algumas incongruências clínicas ao retratar aquele teatro
anatómico que se montou, à vista de todos, na Guilda de Cirurgiões de Amsterdão,
estando o quadro hoje exposto em/na Haia, que como sabemos fica na Holanda.
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