Ficou conhecido como «o encantador de
elefantes», numa alusão ao filme de Robert Redford – mas, sobretudo, numa
homenagem ao talento extraordinário que Lawrence Anthony tinha para lidar com
os paquidermes. Nasceu na África do Sul, filho de um profissional de seguros. Seguiu
as pisadas do pai, tinha uma existência cinzenta no ramo segurador e imobiliário.
Depois, a vida virou num segundo. É dele a afirmação grandiosa: «I have never understood the saying 'To think outside the
box.' Why would anyone sit inside of a box and then think outside of it. Rather
just get out of the box.»
Lawrence
salvou um grupo de elefantes de um zoo sul-africano, na iminência de serem
mortos. Salvou os animais do jardim zoológico de Bagdad, quando a capital de
Saddam Hussein foi bombardeada pelos americanos e seus aliados. Contou a
experiência no livro Babylon’s Ark,
um best-seller internacional que, curioso, não chegou a Portugal, o que é mal.
Anthony salvou o rinoceronte branco africano, salvou centenas de bichos. Morreu
aos 61 anos, de ataque cardíaco, nas vésperas de uma gala de angariação de
fundos a favor da vida selvagem. No deslumbrante livro Para Lá das Palavras. O que pensam e sentem os animais (e também aqui), Carl Safina
conta que, pouco depois da sua morte, duas dezenas de elefantes – que Anthony
salvara e a quem dera abrigo na sua reserva – foram até sua casa, em dois
grupos. Estiveram ali dois dias seguidos, em sinal de luto, homenageando a sua memória,
que aqui recordamos hoje, muito sentidamente.
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