segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Vidas singulares: Lawrence Anthony (1950-2012).

 
 
 
 
 
 
 
         Ficou conhecido como «o encantador de elefantes», numa alusão ao filme de Robert Redford – mas, sobretudo, numa homenagem ao talento extraordinário que Lawrence Anthony tinha para lidar com os paquidermes. Nasceu na África do Sul, filho de um profissional de seguros. Seguiu as pisadas do pai, tinha uma existência cinzenta no ramo segurador e imobiliário. Depois, a vida virou num segundo. É dele a afirmação grandiosa: «I have never understood the saying 'To think outside the box.' Why would anyone sit inside of a box and then think outside of it. Rather just get out of the box.»
Lawrence salvou um grupo de elefantes de um zoo sul-africano, na iminência de serem mortos. Salvou os animais do jardim zoológico de Bagdad, quando a capital de Saddam Hussein foi bombardeada pelos americanos e seus aliados. Contou a experiência no livro Babylon’s Ark, um best-seller internacional que, curioso, não chegou a Portugal, o que é mal. Anthony salvou o rinoceronte branco africano, salvou centenas de bichos. Morreu aos 61 anos, de ataque cardíaco, nas vésperas de uma gala de angariação de fundos a favor da vida selvagem. No deslumbrante livro Para Lá das Palavras. O que pensam e sentem os animais (e também aqui), Carl Safina conta que, pouco depois da sua morte, duas dezenas de elefantes – que Anthony salvara e a quem dera abrigo na sua reserva – foram até sua casa, em dois grupos. Estiveram ali dois dias seguidos, em sinal de luto, homenageando a sua memória, que aqui recordamos hoje, muito sentidamente. 
 
 


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