Há uns tempos, numa livraria, na secção infantil, vi o livro
“Rico, Oskar e as Sombras Escuras”, de Andreas Steinhöfel, editado em Agosto de
2013 pela Presença, na colecção Estrela do Mar. Fui atraído pela capa bonita e
por uma história passada na Alemanha moderna, narrada pelo herói de 8 anos,
detective inteligente, apesar das suas dificuldades cognitivas. Além disso, o
autor tem vários prémios, e o livro também, incluindo o Prémio Católico do
Livro Infantil e Juvenil de 2009.
A primeira sessão de leitura correu bem, com a miudagem, dos
6 aos 11, entusiasmada. Já na segunda sessão, o pai ficou subitamente com sono
e a leitura não continuou.
Deixo algumas passagens do livro. Cada um saberá se, ou
quando, são leituras adequadas para (as suas) crianças. Por aqui vamos voltar
aos clássicos por mais uns tempos.
João Gama
“Quando entrei estava a mãe no corredor, em frente do
espelho dourado com muitos anjinhos bochechudos. Trazia vestida uma T-shirt
azul-celeste, que tinha puxado para cima até ao queixo, e olhava preocupada
para o peito, sabe-se lá há quanto tempo. Vi reflectida no espelho a sua
preocupação”. “Muitas pessoas, principalmente os homens, olham muito para a
mãe. É claro que na rua ela não anda com a T-shirt subida, mas mesmo assim tem
um look muito fixe. Usa sempre saias muitíssimo curtas e justas e um top muito
pequenino com um grande decote. Leva sandálias a condizer, prateadas ou
douradas, com tirinhas e saltos altos. Os cabelos louros soltos e compridos e
lisos, e além disso uma quantidade de pulseiras e fios e brinco que cintilam e
tilintam. Do que eu mais gosto é das unhas dela, muito compridas. A mãe todas
as semanas cola uma coisa diferente nas unhas, por exemplo peixinhos
fluorescentes ou uma joaninha em cada unha. Ela diz sempre que há imensos
homens que apreciam isso e é por essa razão que tem tanto sucesso no seu
trabalho.”
“– Mais cedo ou mais tarde vão acabar por ficar descaídas –
disse a mãe dirigindo-se à própria imagem e a mim. – Dou-lhes mais dois, três
anos, e depois vão ser vítimas da força da gravidade. A vida é um maldito
calendário com folhas de arrancar. (…)
– E então? – perguntei.
– E então é esse o problema – respondeu a mãe com firmeza. –
Afinal, é isto a minha fonte de rendimentos. – suspirou, voltou a puxar a
T-shirt para baixo e virou-se para mim. – Como correu a escola?” (pp. 18-19)
“Bem, estou a ver que ela achou o Bühl horrível. Se
calhar por causa do emprego, onde é constantemente importunada por todo o tipo
de homens. É compreensível que, na vida privada, já nem queira nada com eles”
(…) “Até agora ela nunca trouxe um namorado cá a casa, embora no trabalho
conheça uma quantidade de homens, muitos mais que a Sr.ª Dahling lá no talho”
(p. 58)
“A mãe enterrou a cara no meu ombro. Os cabelos cheiravam a
uma mistura de champô e de clube” (p. 81)
“Quando nos apetece apeamo-nos e sentamo-nos em esplanadas
muito elegantes. O sol reluz nas pulseiras douradas que a Irina usa nos
tornozelos e também nas unhas dos pés da minha mãe com verniz brilhante rosado
ou coisa parecida, e as mulheres bebem espumante e riem muito e eu bebo
coca-cola e fico muito feliz por ver que muitos homens acham a mãe muito gira,
todos olham muito para ela, apesar de ela nunca ter perguntado a nenhum se ele
quer tomar um pouco do seu espumante” (p. 111)
Que nojo.
ResponderEliminarLOl(ada)
ResponderEliminarE depois uma MILF (ver na Wikipedia) apanha um garoto sabidão como este e vem toda a gente gritar que foi pedofilia, que depois chegam aos dezoito anos e todos os dias são apanhados pelas nossas estrelas da Caras & Etc.