domingo, 8 de dezembro de 2013

O problema das prostitutas de mamas descaídas explicado aos meus filhos.

 
 
 
 
 
 
 
Há uns tempos, numa livraria, na secção infantil, vi o livro “Rico, Oskar e as Sombras Escuras”, de Andreas Steinhöfel, editado em Agosto de 2013 pela Presença, na colecção Estrela do Mar. Fui atraído pela capa bonita e por uma história passada na Alemanha moderna, narrada pelo herói de 8 anos, detective inteligente, apesar das suas dificuldades cognitivas. Além disso, o autor tem vários prémios, e o livro também, incluindo o Prémio Católico do Livro Infantil e Juvenil de 2009.
A primeira sessão de leitura correu bem, com a miudagem, dos 6 aos 11, entusiasmada. Já na segunda sessão, o pai ficou subitamente com sono e a leitura não continuou.
Deixo algumas passagens do livro. Cada um saberá se, ou quando, são leituras adequadas para (as suas) crianças. Por aqui vamos voltar aos clássicos por mais uns tempos.
 
João Gama
 
 
 
 
 “Quando entrei estava a mãe no corredor, em frente do espelho dourado com muitos anjinhos bochechudos. Trazia vestida uma T-shirt azul-celeste, que tinha puxado para cima até ao queixo, e olhava preocupada para o peito, sabe-se lá há quanto tempo. Vi reflectida no espelho a sua preocupação”. “Muitas pessoas, principalmente os homens, olham muito para a mãe. É claro que na rua ela não anda com a T-shirt subida, mas mesmo assim tem um look muito fixe. Usa sempre saias muitíssimo curtas e justas e um top muito pequenino com um grande decote. Leva sandálias a condizer, prateadas ou douradas, com tirinhas e saltos altos. Os cabelos louros soltos e compridos e lisos, e além disso uma quantidade de pulseiras e fios e brinco que cintilam e tilintam. Do que eu mais gosto é das unhas dela, muito compridas. A mãe todas as semanas cola uma coisa diferente nas unhas, por exemplo peixinhos fluorescentes ou uma joaninha em cada unha. Ela diz sempre que há imensos homens que apreciam isso e é por essa razão que tem tanto sucesso no seu trabalho.”
“– Mais cedo ou mais tarde vão acabar por ficar descaídas – disse a mãe dirigindo-se à própria imagem e a mim. – Dou-lhes mais dois, três anos, e depois vão ser vítimas da força da gravidade. A vida é um maldito calendário com folhas de arrancar. (…)
– E então? – perguntei.
– E então é esse o problema – respondeu a mãe com firmeza. – Afinal, é isto a minha fonte de rendimentos. – suspirou, voltou a puxar a T-shirt para baixo e virou-se para mim. – Como correu a escola?” (pp. 18-19)
 


 
 
 
 “Bem, estou a ver que ela achou o Bühl horrível. Se calhar por causa do emprego, onde é constantemente importunada por todo o tipo de homens. É compreensível que, na vida privada, já nem queira nada com eles” (…) “Até agora ela nunca trouxe um namorado cá a casa, embora no trabalho conheça uma quantidade de homens, muitos mais que a Sr.ª Dahling lá no talho” (p. 58)
 

 
 
“A mãe enterrou a cara no meu ombro. Os cabelos cheiravam a uma mistura de champô e de clube” (p. 81)
 

 
 
“Quando nos apetece apeamo-nos e sentamo-nos em esplanadas muito elegantes. O sol reluz nas pulseiras douradas que a Irina usa nos tornozelos e também nas unhas dos pés da minha mãe com verniz brilhante rosado ou coisa parecida, e as mulheres bebem espumante e riem muito e eu bebo coca-cola e fico muito feliz por ver que muitos homens acham a mãe muito gira, todos olham muito para ela, apesar de ela nunca ter perguntado a nenhum se ele quer tomar um pouco do seu espumante” (p. 111)
 
 
 

 

2 comentários:

  1. LOl(ada)
    E depois uma MILF (ver na Wikipedia) apanha um garoto sabidão como este e vem toda a gente gritar que foi pedofilia, que depois chegam aos dezoito anos e todos os dias são apanhados pelas nossas estrelas da Caras & Etc.

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