domingo, 28 de fevereiro de 2021

Vergonha na cara, ou falta dela.





 

Perante este massacre, o Sr. Presidente da Fencaça, mudando radicalmente a opinião avançada há dois meses, diz agora que não se tratou de uma «caçada», mas, pasme-se, de uma «correcção de densidade». (aqui)

A explicação é simples: como foram abatidos 600 hectares de floresta para construir um parque fotovoltaico, os animais ficaram sem abrigo. Logo, havia que matá-los ou, melhor dito, «corrigir a sua densidade».

Resta saber como foi possível, numa propriedade de 1200 hectares, autorizar a destruição de 600 hectares do seu arvoredo.

E, já agora, porque foram chamados caçadores espanhóis para «corrigir a densidade».

E, sendo obrigatório apor um selo por cada animal morto numa montaria, como é possível a proprietária do terreno dizer que emitiu apenas 40 selos, as autoridades terem encontrado 270 canhotos de selos na herdade e, no final, terem sido mortos 540 animais. De 40 para 540 há uma diferença, não? Como a explica o senhor Amaro?

Ao vir agora defender esta matança, Jacinto Amaro, presidente da Fencaça, além de se cobrir de ridículo, acaba por confessar o óbvio: foi a delegação de Évora da Fencaça (a organização de que ele é presidente há 29 anos) que emitiu as licenças para os 16 caçadores espanhóis poderem caçar em Portugal.

Não lhe ocorre que, perante este grotesco e pornográfico conflito de interesses, o melhor seria ter estado calado? Não lhe ocorre que, com isso, mancha de forma indelével a imagem da caça e dos caçadores portugueses, que é suposto representar?

Uma falta de vergonha completa.









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