segunda-feira, 31 de março de 2014

Agendas mal acabadas.

 
 
 
 
Diário de Notícias, 28/03/2014

Público, 28/03/2014
 
 
No mesmo dia, a mesma opinião. Público e DN, idêntico diapasão. Artigo da deputada Mónica Ferro sobre «agendas inacabadas». Os textos são diferentes, as fotografias também (uma a cores, outra a branco e negro). A substância é a mesma, a autora idem aspas. Muitas coincidências nestes jornais de referências.

 
 

Life is a journey, not a destination.

 
 
 
 
 




Zion National Park, Utah
Fotografias de Onésimo Teotónio de Almeida








Life is a journey, not a destination.
 Ralph Waldo Emerson
 
 
 
 
 
 

Laffayette Square, 1908.

 
 
 
Colecção Cortez Liberato


domingo, 30 de março de 2014

Diskotecas rurais na Lituânia.

 
 
 



















 
Natural de Seattle, USA, Andrew Miksys fotografou entre 2000 e 2010 dezenas de clubes nocturnos e discotecas da Lituânia. A maioria situa-se em ambientes rurais e ocupa espaços que outrora pertenciam às Casas da Cultura dos tempos soviéticos. Há uma atracção excessiva em muita da fotografia contemporânea por este tipo de ambientes e personagens. Da Inglaterra de Martin Parr ao Algarve de Patrícia Almeida, o kitsch e o nonsense são explorados à exaustão. Os antigos países comunistas de Leste são uma mina, que anda a ser escavada até ao ponto em que tudo isto passar de moda e nos fartamos de adolescentes lituanos de tatuagens musculadas ou raparigas bêbadas de suor e dança. Enquanto a moda não passa, há, contudo, que separar o trigo do joio. E não confundir o óbvio facilitismo de Andrew Miksys com o trabalho extraordinário de um Alexander Gronsky. Um dia, com tempo e vagar, falarei aqui da sua Pastoral. Moscow Suburbs.











sábado, 29 de março de 2014

Hitler zwischen alles.

 
 
 
 
Comício na Odeonsplatz, Agosto de 1914



Hitler, com uma melena sobre a testa




Hoffman, mostrando Hitler na sua fotografia



Hitler, mais penteadinho e a cores




Um dos fétiches de Malomil são as recriações, as manipulações e outras malas-artes. A fotografia de Hitler na Odeonsplatz, em 2 de Agosto de 1914, é celebérrima. Num comício para celebrar o início da guerra entre a Alemanha e a Rússia, uma multidão juntou-se naquela praça de Munique. A imagem, captada por Heinrich Hoffman, seria publicada com grande destaque anos depois. Melhor dizendo, na véspera das presidenciais de 1932 a fotografia de Hoffman saiu no Illustrierte Beobachter («O Observador Ilustrado»), o jornal oficial do Partido Nacional-Socialista. Tratava-se de uma resposta aos que questionavam o patriotismo de Adolf Hitler, mostrando que, desde jovem, o líder nazi fora um empenhado apoiante da causa germânica. Hoffman não era um observador imparcial. Ao invés, tinha sido um dos fundadores do Illustrierte Beobachter e um aderente ao nazismo desde os seus alvores. Contava que, por um acaso, Hitler tinha visitado o seu estúdio em 1929 e, ao ver a imagem, dissera que estivera naquele comício. Hoffman procurou o rosto de Adolf entre milhares de cabeças, até encontrá-lo. É sintomático que a fotografia tenha sido publicada na véspera das eleições, a que Hitler se candidatava e em que os cartazes de propaganda exibiam uma fortíssima fotografia sua, da autoria de Hoffman.
 
 
Cartaz de propaganda, imagem de Hoffman (1932)
 
A partir daí, a imagem da Odeonsplatz, um local de culto do nazismo, foi reproduzida milhares de vezes, e tida como verdadeira. Em alguns versões, foi publicada com cores artificiais. Surge, inclusivamente, a monumental biografia de Hiteler, escrita por Joachim Fest. Mas, recentemente, alguns duvidaram da sua autenticidade. Entre eles, Gerd Krumeich, historiador de Düsseldorf. Certos factos não batem certo (aqui). O negativo original, em vidro, nunca apareceu. E Krumeich encontrou no estúdio de Hoffman uma imagem do comício onde o rosto do (suposto) Adolfo Hitler é bastante diferente. Nas imagens «oficiais», a mecha do cabelo sobre a testa desaparece. Não é, todavia, a prova definitiva de que existiu fraude, pois pode tratar-se de um mero retoque. A dúvida existe há anos (ver a discussão aqui), tendo sido agora relançada num artigo do Le Monde, no passado 11 de Março. O texto do Le Monde traz um dado suplementar: uma investigação recente de Thomas Weber, porventura o historiador que mais a fundo estudou a biografia de Hitler nos anos da Grande Guerra, analisou imagens do comício da Odeonsplatz, concluindo que não existiu a enchente retratada por Hoffman. Se este acrescentou umas centenas ou milhares à multidão de Munique, não era difícil juntar mais um rosto. O de Hitler.


 
 

O Cardeal Judeu.

 
 
 
 
 
 
Amanhã, às 17h30, no Cinema São Jorge, o encerramento da 2ª Judaica – Mostra de Cinema e Cultura. «O Cardeal Judeu». A vida extraordinária de Jean-Marie Lustiger. Do programa:
«A surpreendente história de Jean-Marie Lustiger, filho de emigrantes judeus polacos, em França, que manteve a sua identidade cultural judaica mesmo depois de se converter, ainda jovem, ao catolicismo e de ser ordenado padre. Subindo rapidamente na hierarquia da Igreja, Lustiger foi nomeado Arcebispo de Paris pelo Papa João Paulo II, em 1981, e estabeleceu uma nova postura que respeitasse a sua dupla identidade enquanto judeu católico, o que lhe granjeou amigos e inimigos de ambas as facções. Uma narrativa fascinante, plena de inteligência e humor.»

quinta-feira, 27 de março de 2014

Pedro e Luiza: Facebook 1974.

 
 
 
 





















 
Qualquer dia anda tudo fartinho do rétro anos 70, mas este projecto, de que o jornal i ontem falou, é originalíssimo e cheio de graça. Pedro Xavier, personagem imaginária que busca Luiza em vésperas do 25 de Abril de 1974. Quando não havia Facebook mas era como se houvesse. Aqui e aqui.