quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Subitamente, no mês de Agosto.





© Mario Testino


 
 
JANTAR DE DESAGRAVO À EX-PROVEDORA
DO ANIMAL DE LISBOA
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na FIL – Feira Internacional de Lisboa, já na próxima sexta-feira (fato escuro/traje curto). É esta a proposta cívica que Malomil faz aos habitantes da capital. Ainda mal noticiáramos a tomada de posse da Mestre Marta Rebelo como Provedora do Animal de Lisboa e já a Senhora Provedora bateu com a porta da jaula. Que razões terão provocado, em plena silly season, este tão súbito quanto irrevogável abandono de funções provedorais? Um swap canino? Mais uma macacada lisbonense? Até agora, desconhecem-se na íntegra os contornos deste caso animalesco. Que terá ditado a saída da nossa Ombudswoman dos bichitos? Sim, o que temos entre mãos, de verdade certa? Assemelhando-se a Napoleão, de abalada para Santa Helena, deixou-nos a ex-Provedora uma reflexão de Filosofia Política, na vertente Ética Republicana: «Quando não conseguimos fazer aquilo a que nos propomos, por razões que são estranhas à nossa força de vontade, à nossa capacidade, devemos sair». É uma verdade insofismável, abram as grades. O 18 de Junho, data em que tomou posse, representou, para a Mestre Marta Rebelo, «um dia de viragem absoluta». Notou-se. Mas que viragem absoluta terá ocorrido agora, para este intempestivo e tempestuoso mudar de agulhas? Para mais, numa linha autárquica de orientação estratégica fundamental?  

A questão, toda ela, parece prender-se com o Canil/Gatil, cujo histórico, assevera La Demisionaria, é «sobejamente conhecido». «Infelizmente, não é só o tijolo que tem de mudar», garantiu Marta Rebelo no seu Farewell Address, postado no FB. Concordamos. No Canil/Gatil, de facto, não é só o tijolo que tem de mudar. Mas permitimo-nos observar que, se mudasse o tijolo, talvez fosse possível, com boa vontade de todas as partes envolvidas, sobrestar a saída da Senhora Provedora. No fundo, no fundo, seria preciso que o tijolo mudasse para que tudo permanecesse na mesma. A coisa, bem conversada, ia ao sítio. Mas não. Em tocando a princípios, a Senhora Provedora do Animal não é de transigências nem de compromissos eleiçoeiros. Medusa não é Lampedusa. Não pactua – nem compactua – com «pessoas e projectos que não são genuínos». É assim mesmo, Drª Marta Rebelo: a alma não se vende. Sobretudo quando estamos perante uma «situação de absoluta emergência», a exigir a intervenção da Troika – e, já agora, da Laika. A «emergência que está ali é de tal sorte, [vírgula] que não se compadece com grandes elaborações nem compassos de espera». Verdades como punhos, Senhora ex-Provedora, verdades como punhos. E nada de «grandes elaborações». Agora que compassos se meteram na espera e por que é que o tijolo não muda, isso, senhoras autoridades, é que a cidadania daqui gostava de ver esclarecido. Mas, da Praça do Município, nem um uivo, um latido sequer. Em declarações à Lusa, o vereador Sá Fernandes mostrou-se «surpreendido» com a demissão, «que salientou lamentar». Também nós salientamos lamentar este inopinado bater d'asa. Adiantou ainda José Sá Fernandes que não será «apresentado outro provedor», em palco e fora dele. O cargo morre com Marta, portanto. Como os fatos por medida. Mas, tranquilizou-nos o vereador, «até ao final do mês o grupo de trabalho irá apresentar as suas propostas». Aguardemos, pois, o final do corrente Agosto. Nessa altura, é possível que o tijolo mude. 
À drª Marta Rebelo, Malomil deseja sempre, mas sempre, as maiores venturas, nos planos pessoais, animais e profissionais.






6 comentários:

  1. ?????????
    AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHA

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  2. Para alguém tão versado na escrita, pena é que não saiba ler. O analfabetismo tem, realmente, muitas manifestações.

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    1. Marta Rebelo, «Construção e Legitimidade Social da União Europeia» (Coimbra, 2005), página 64, nota 109:
      «Maurice Duverger, A Europa dos Cidadões, inédito, 1994» (sic)

      1) é «cidadãos» e não «cidadões», mas lapsos desses acontecem aos melhores...

      2)O texto de Maurice Duverger, dado como «inédito» foi traduzido e publicado em Portugal pelas Edições Asa, em 1994:
      http://www.wook.pt/ficha/a-europa-dos-cidadaos/a/id/41387

      Cumprimentos,


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  3. o que mais fascina é esta pseudo provedora, que do nada se lembrou, "então o que está agora a dar"!?? animais! é aqui que vou renascer das cinzas! então já ninguém me dá atenção, fui corrida da universidade porque ousaram exigir lá ir e até dar aulas aqueles pirralhos, eu a Mestre! e já não tenho tacho, porque estou zangada, amuada e aborrecida com o Costinha, este terrorista que anda a ter pretensões de chegar a 1º Ministro e não me leva! amuadinha? Terapia caríssima! e mais, deixe os animais de fora, que nunca quis saber, sempre os comeu, vestiu e ignorou! Engana umas tontas no facebook, mas... fica por ai! Umas palmadas quando era pequena não tinha feito mal nenhum, ou então, um marido, mas não há, segundo consta quem a aguente! E educação e chá é coisa que não lhe assiste! coitados desses progenitores!

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    1. "então o que está agora a dar"!?? animais! é aqui que vou renascer das cinzas!"

      :) vê-se mesmo que não sabe de quem está a falar.
      falar é tão tão fácil. Como diz a minha Mãe, humano é que é raça efectivamente perigosa.

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  4. ????????????
    Confesso que, a princípio, julguei existir um certo exagero (com intuito de aumentar a comicidade e animar a silly season) por parte do Malomil e dos jornalistas na maneira como este palpitante enredo nos foi contado. Agora cheguei à fase em que, depois do riso, vem o medo. Medo de viver num mundo em que a "classe política", a "intelligentsia" ou lá o que lhe quiserem chamar é isto que se vê.
    Este é que é um daqueles casos em que se pode dizer com toda a propriedade: estamos entregues à bicharada...

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