terça-feira, 4 de março de 2014

Criminosa à fôrça (O crime de envenenamento da D. Maria da Piedade).

 
 
 
 
 
 

«A testemunha António José Martins, agente da Polícia de Investigação Criminal de Lisboa que, a fls. 729, afirma que a Emília se recusava a acompanhar um seu colega, dizendo
         Que a não levassem para a «fossa»
A que se referia a Emília?...
Quais seriam os esforços empregados pelo agente Hermano da Fonseca a-fim de conduzi a recorrente do calabouço para  Secção?
A fossa em questão não era sítio onde pudesse estar qualquer pessoa, mesmo que fosse uma criada de servir!!!
Devia ser, fatalmente, qualquer buraco que, pelos horrores que causava à recorrente, se parecesse com a toca de um réptil, bem própria, pois, para conseguir todas e quaisquer confissões dos desgraçados que lá fossem metidos.
Quanto aos falados esforços, estamos mesmo a ver a brandura e o carinho com que deviam ser empregados.
Tudo isto representa uma verdadeira barbaridade inquisitorial.»    


in José Valente, Criminosa à força (O crime de envenenamento da D. Maria da Piedade). Minuta de recurso da arguida Emília Gonçalves da Costa, Porto, 1936, pág. 10.


 
 
 
 
 

1 comentário:

  1. barbaridade inquisitorial?

    a cultura da direita

    que já não endireita

    vai mesmo mal

    é a bárbara idade

    da insana idade

    é perfeitamente

    normal

    exactissimamente

    no velhão

    s'atira velho demente

    sem tesão

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