terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Histórias de Natal.

 
 

Georg Dionysius Ehret (1708-1770)
Helleborus niger (1745)
 
 
 
         Esta é uma história de Natal, que tanto se podia contar em cinco linhas como em quinhentas páginas. A rosa que vedes é uma Helleborus niger. E não, não é uma rosa, é uma rosa, é uma rosa. É uma rosa de Natal. Chamam-lhe, aliás, Rosa de Natal. No tempo em que esta pintura/gravura foi feita, pelas mãos de Georg Dionysus Ehret, ou seja, por volta do século XVIII, esta rosa só florescia por alturas do Natal. Agora, ao que parece, floresce o ano todo. O que importa é que, segundo Tara Moore, num livro de que já aqui falei, os jardineiros rejeitaram o calendário Gregoriano pois, se acaso este fosse aplicado, a rosa deixaria de florir no Natal, tornando-se uma festa móvel. Preferiram, portanto, o calendário Juliano, para que o desabrochar da flor coincidisse com o Dia de Natal, ou próximo dele. Mas, reza a Wikipédia, a flor nem sequer é uma rosa, não pertence à família das Rosaceæ; depois, é venenosa ou tem, pelo menos, elementos venenosos; por fim, parece que é mito a ideia de que a rosa-que-não-é-rosa só floresce no Natal. Tem esse nome, mas por causa de uma lenda que se contava em tempos antigos. Verdade ou não, aqui fica a Rosa de Natal, pois o nome ninguém lho tira. Há reproduções da rosa ao vivo e a cores, mas nenhuma ultrapassa a finura do traço de Ehret, o mestre dos mestres do desenho botânico.

 

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