terça-feira, 28 de março de 2017

O Kristang.


 
 
As malhas que o Império teceu foram deslassando e hoje já pouco mais resta que afetos, sabores, línguas e um ou outro monumento em ruínas. Em Malaca há muito disso tudo. Talvez mais do que em qualquer outro dos muitos sítios por onde portugueses andaram e pararam e de onde há muito saíram.
É de lá que, de vez em quando, nos iam chegando notícias de meia dúzia de resistentes que teimam em falar um crioulo – o Kristang – onde facilmente se reconhecem os étimos portugueses, dançam o vira e o fandango, vão à missa e fazem romarias. Uns quantos pretensiosos acham aquilo tudo muito SNI, muito postal ilustrado, mas o certo é que a porfia acabou por alcançar a vizinha rica e surge agora uma data de gente em Singapura a buscar e cultivar a sua ancestralidade lusa.
Nós, os avoengos, práqui no Lar, não podemos deixar de nos enternecer com as traquinices deles: Gramática – ossu lingu; Dicionário – fala bem. E de fazer votos para que a Festa di Papia Kristang nos próximos dias 20 e 21 de Maio seja um sucesso.
 
José A. M. Lopes
 
 
 
P.S. - ver este vídeo e esta reportagem da BBC e, já agora, isto.
 
 
 
 
 

1 comentário:

  1. fabulástico...
    as "estórias" que a História tece...
    Cá para mim a maioria até é do Benfas...

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