quinta-feira, 3 de abril de 2014

Um Estio na Alemanha, de Abel Salazar.

 

 
 
 
«Todas lhe servem, todas são amores, Uma porque é pequenina, papuda e branca, com carnes de leite e olhos de lago; outra porque é loira, com cabelos de oiro, espáduas de deusa, peito de estátua, porte de rainha, esplendente, marmórea; outra porque é morena, fina e esbelta, com negros cabelos de ébano luzente; outra porque é ladina e garota, o nariz arrebitado, a boca sensual, os olhos brejeiros, toda em curvas, o pé provocante; outra porque é tímida e saltita como levandisca; outra ainda porque… mas, nem ele sabe dizer porquê, tanto ela é estranha, diabólica, infernal, como uma Vénus de Baudelaire.»
(Abel Salazar, Um Estio na Alemanha, Coimbra, 1944, pp. 23-24).
 
 

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