segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Apocalipse Nunca.

 




A denúncia do ambientalismo como extremismo de fanáticos 

e manipuladores da ciência

 


 

Trata-se seguramente de um livro muito incómodo para os ideólogos radicais do ambiente, para todos aqueles que dão por certo e seguro que já estamos num não retorno da mudança climática ou que professam, por uso e costume, do exagero, do alarmismo e do extremismo. O embaraço é tanto maior em responder aos argumentos do autor na justa medida em que Michael Shellenberger é um conceituado investigador, não concede pausas a sectarismos e cultores da catástrofe. Aliás, este radicalismo é um excelente caldo de cultura para quem gosta das notícias tremendas e de pensar que o mundo vai acabar, que vêm aí as temperaturas tórridas, subidas do nível do mar que engolirão continentes, ou quase. É um livro que percorre sem dogmas factos e forças por detrás da desflorestação, as alterações climáticas, a extinção das espécies e de ecossistemas, do fracking, da agricultura industrial, e da produção alimentar. Seja o leitor ambientalista ou não, a leitura desta obra é indispensável, mais não seja para poder perguntar a outros por onde anda a verdade: Apocalipse Nunca, Como o alarmismo ambiental nos prejudica a todos, por Michael Shellenberger, Publicações D. Quixote, 2021.

Qualquer prazo anunciado para o fim do mundo é uma pura treta. Há quem procure gritar que estamos à beira do cataclismo a propósito de qualquer desastre natural. Mas objetivamente num século diminuiu em 92% a taxa de mortalidade por desastres naturais, e nesse século (entre 1920 e 2020) a população mundial quase quadruplicou. É a FAO quem diz que a produtividade agrícola aumentou substancialmente num leque muito amplo de cenários de alterações climáticas, a produção alimentar é mais do que suficiente, sabemos é que está mal distribuída além de submetida a desperdícios evitáveis. Instituições credíveis prognosticam que em 2100 a economia mundial será 3 a 6 vezes maior que atualmente. São números que nada têm a ver com o fim do mundo. Essas mesmas instituições nunca mencionam cenários apocalíticos. É certo que organizações radicais sabem utilizar habilmente o circo mediático e adoram aterrorizar gente de todas as idades. É o caso da organização britânica Extinction Rebellion, cujos ativistas dão palestras assustadoras a turmas de crianças em todo o país, e por vezes essas crianças têm menos de 10 anos. Às vezes nem a BBC escapa ao alarmismo. E as boas notícias são silenciadas. Quem é que faz gala em dizer que as emissões de carbono estão a diminuir nos países civilizados? “Na Europa, as emissões em 2018 eram 23% mais baixas do que em 1990. Nos EUA, as emissões caíram 15% de 2005 a 2016”. Não devemos esta redução de emissões ao alarmismo climático. “As emissões totais resultantes da produção de energia nos maiores países da Europa – Alemanha, Grã-Bretanha e França – atingiram o pico na década de 1970, em grande parte devido à mudança do carvão para o gás natural e o nuclear”.

Veja-se a forma catastrófica como se fala da Amazónia. O autor questionou um reputado cientista, Dan Nepstad, se era verdade que a Amazónia era a maior fonte de oxigénio na terra, ao que este respondeu que era mais uma treta. “Não existem dados científicos que o sustentem. A Amazónia produz uma grande quantidade de oxigénio, mas utiliza a mesma quantidade de oxigénio na respiração; portanto, fica-se na mesma”. Não se pode falar da deflorestação sem ter em conta a marcha da civilização. “Entre 500 e 1350, as florestas deixaram de cobrir 80% da Europa Ocidental e Central, para passarem a cobrir metade da área. Os historiadores estimam que as florestas da França foram reduzidas de 30 milhões de hectares para 13 milhões entre 800 e 1300. As florestas cobriam 70% da Alemanha no ano 900, mas só 25% em 1900. E, no entanto, as nações desenvolvidas, sobretudo as europeias, que ficaram ricas graças à deflorestação e aos combustíveis fósseis, procuram impedir o Brasil e outros países tropicais, incluindo o Congo, de se desenvolverem da mesma forma. A maior parte desses países, nomeadamente a Alemanha, produz mais emissões de carbono per capita, incluindo com a queima de biomassa, do que os brasileiros, mesmo contando com a desflorestação da Amazónia”.

Os alarmistas manipulam dados com a maior da desfaçatez. “É errada a ideia de que a Amazónia é povoada sobretudo por povos indígenas vitimados por não-indígenas. Apenas 1 milhão dos 30 milhões de brasileiros que vivem na Amazónia são indígenas e algumas tribos controlam reservas muito grandes. Existem 690 reservas indígenas cobrindo uns espantosos 13% do solo brasileiro, quase todas elas na Amazónia. Os índios Ianomami, que são apenas 19 mil, têm a propriedade efetiva de uma área ligeiramente maior que a Hungria. Quem quer que procure compreender por que razão o Brasil abate floresta tropical para cultivar soja e produzir carne para exportação terá de começar por reconhecer que é uma tentativa de retirar um quarto da população de um nível extremo de pobreza, facto que os ambientalistas da Europa e da América do Norte desconhecem ou, pior, ignoram”. Michael Shellenberger expõe-se aos dossiês mais polémicos como o uso do plástico e quais as soluções mais apropriadas, o terror da extinção, e neste caso apresenta números que nos obrigam a pensar: “O enorme aumento da biodiversidade durante os últimos cem milhões de anos ultrapassa esmagadoramente as perdas de espécies em extinções massivas passadas. O número de géneros, uma medida da biodiversidade mais importante do que a mera contagem de espécies, quase triplicou ao longo deste mesmo período”. É contundente, mas apresenta sempre números, fala desassombradamente da riqueza dos países mais avançados e como os mais pobres têm legitimidade para sonhar com o desenvolvimento. Conta-nos como o Congo salvou as baleias, como o fracking não é o terror que os extremistas apregoam. Quando ambientalistas proclamam que o gás natural é pior para o clima do que o carvão, temos a evidência dos números: “O gás natural é mais limpo do que o carvão. O gás natural emite entre 17 e 40% menos dióxido de enxofre, uma fração do óxido nitroso que o carvão emite, e quase nenhum mercúrio. O gás natural tem um oitavo da letalidade do carvão, contando tanto os acidentes como a poluição atmosférica. E queimar gás para produção de eletricidade, em vez de carvão, exige entre 25 e 50% menos consumo de água”.

Inevitavelmente, a questão alimentar vem à baila, como a energia nuclear, de que ele é sério apoiante, alegando que esta é uma forma de combater as alterações climáticas. Descreve o itinerário da ansiedade apocalítica e os seus mantras, caso da sobrepopulação. E mantém-se firme, diz que o ambientalismo humanista acabará por triunfar sobre o ambientalismo apocalítico. Um mundo orgânico, de baixo consumo de energia e alimentado a renováveis seria um mundo não melhor mas pior para a maioria das pessoas e para o ambiente natural.

De leitura obrigatória. 


Mário Beja Santos




8 comentários:

  1. Acredito que seja um livro com uma narrativa super interessante de ler.
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    Feliz início de semana. Cumprimentos
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Não sigo mais este blog, ainda bem que perdi pouquíssimo tempo por aqui

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  3. Estou absolutamente chocado. Afirmar que a devastação na Amazônia é para tirar a população brasileira da pobreza é de uma estupidez atroz. Que vergonha.

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  4. Falar da Amazónia no contexto actual e discutir a produção de oxigénio, sem falar da sequestração de carbono é pouco sério.

    «Amazonia as a carbon source linked to deforestation and climate change»
    https://www.nature.com/articles/s41586-021-03629-6

    Não tendo lido o livro, deixo, no entanto, aqui uma ligação para uma recensão mais profunda:
    https://yaleclimateconnections.org/2020/07/review-bad-science-and-bad-arguments-abound-in-apocalypse-never/

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  5. USA O TEU BLOG PARA AJUDAR A COMBATER GUERRAS NO PLANETA
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    Ajuda a divulgar o «««óbvio»»»:
    - ''"Os 'grupos rebeldes' não possuem fábricas de armamento!... Quem deve pagar a ajuda aos refugiados devem ser os países aonde são produzidas as armas utilizadas pelos rebeldes''"!!!
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    Os 'paladinos do activismo' (boys e girls do sistema-XX-XXI) estão na vanguarda para:
    -1- acusar de "racistas" os autóctones Identitários (nota: estão contra a recepção de refugiados) que afirmam o «««óbvio»»».
    [[[pois é: a máfia do armamento fornece armas a 'grupos rebeldes' (sim: os 'grupos rebeldes' não possuem fábricas de armamento!) para lucrar, não apenas com a venda de armas, mas também com o acesso a recursos naturais de baixo custo (petróleo, etc)... e mais... refugiados são deslocados para locais aonde existem investimentos interessados em abundância de mão-de-obra servil]]]
    -2- acusar de "racista" qualquer trabalhador Identitário que proteste (nota: contra a imigração) afirmando aquilo que é óbvio:
    - «num planeta aonde mais de 80% da riqueza está nas mãos dos mais ricos, que representam apenas 1% da população, quem deve pagar a ajuda aos povos mais pobres é a Taxa-Tobin, e não a degradação das condições de trabalho da mão-de-obra servil de outros».
    -3-etc.
    POIS É:
    - activistas tão empenhados... mas depois... ficam estratégicamente calados, em silêncio, perante a necessidade de responsabilização do fornecimento de armas...
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    Boys e girls do sistema-XX-XXI: muitas 'cambalhotas'... para... não dizerem aquilo que deveria ser uma das afirmações mais simples do mundo:
    - "respeitamos a existência de outros no seu espaço" (nomeadamente, povos autóctones no seu espaço).
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    São da mesma laia!!!
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    Os nacionalistas-esclavagistas foram '''pioneiros''':
    1- renegaram o Ideal Identitário que esteve na origem da nacionalidade ('ter o seu espaço, prosperar ao seu ritmo');
    2- projectaram uma economia de índole esclavagista (partiram  do pressuposto da existência de outros como  fornecedores  de abundância  de mão-de-obra servil; nota: era preciso rentabilizar o investimento na construção  de caravelas);
    3- executaram as mais variadas sabotagens sociológicas anti-intenções Identititárias... pois, intenções Identitárias prejudicavam interesses económico-financeiros.
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    O europeu-do-sistema XX-XXI é mais do mesmo:
    1- renega o Ideal Identitário que esteve na origem da nacionalidade;
    2- projecta uma economia de índole esclavagista;
    3- executa as mais variadas sabotagens sociológicas anti-intenções identitárias...
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    Milénios de História não enganam! Muitos europeus:
    1- aspiram à cidadania de Roma (isto é: aspiram à existência de outros como fornecedores de abundância de mão-de-obra servil).
    2- popagandeiam o mais velho discurso de ódio da História: 'o ódio tiques-dos-impérios' -> não podem ver um povo autóctone, no SEU espaço, dotado da liberdade de prosperar ao seu ritmo.
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    O 'problema' do europeu-do-sistema XX-XXI não é Identidade, mas sim, 'tiques-dos-impérios' (/cidadanismo de Roma)!
    Este europeu não gosta de trabalhar para a sustentabilidade... este europeu quer é estar na gestão:
    - na gestão da atribuição da nacionalidade;
    - na gestão da atribuição de vistos de trabalho.
    -etc.
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    SEPARATISMO IDENTITÁRIO
    --> é natural o separatismo Identitário por motivos óbvios:
    - na origem da nacionalidade não esteve cidadanismo de Roma, mas sim, o Ideal Identitário: "ter o SEU espaço, prosperar ao seu ritmo".
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    NÃO FALES EM EUROPA FALA EM LIBERDADE!
    -> Urge um movimento pan-europeu de liberdade/distância/separatismo em relação ao europeu do sistema XX-XXI.
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    SEPARATISMO-50-50
    Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta:
    -INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo,INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
    ---» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/

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