segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Vidas singulares: Joan Leigh Fermor (1912-2003)

 
 
Joan Leigh Fermor (1912-2003)
 
         O Duarte Vera Jardim, um apaixonado da Grécia e da obra de Patrick Leigh Fermor, trouxe-me de Atenas notícias várias sobre essas duas paixões. Doutras se falará um dia destes, mas por hoje uma nota brevíssima sobre a fotografia de Joan Leigh Fermor, da qual existe até um livro cuja capa está exibida abaixo (e há também uma biografia recenseada aqui). Filha-família da aristocracia britânica, Joan foi educada na St. James School, arredores de Malvern, onde, segundo disse, a única coisa que aí valeu a pena foi existir uma associação fotográfica… Em 1930, «estava prestes a tornar-se fotógrafa profissional», recordou, tantas eram as imagens que tirava de amigos, conhecidos, figuras famosas da sociedade inglesa. É então que começa a intitular-se «jornalista» para efeitos socioprofissionais. Nessa condição, fotografa os bombardeamentos do Blitz, fotografa no Curdistão, na Grécia, no Haiti, em França, na Sicília, na Turquia. Conhece Patrick Leigh Fermor, seu futuro marido e, de certa forma, mentor. Infelizmente, e como se diz aqui, nunca teve editores à sua altura e terá sofrido talvez o preconceito de ser mulher bem-nascida, ou seja, alguém em que se notava um interesse amador na fotografia mas não mais do que isso. Em 1973, John Betjeman escreveu a Cecil Beaton recomendando-lhe que incluísse o nome de Joan num livro sobre a história da fotografia que Cecil estava a escrever. O livro saiu dois anos depois, Joan não é mencionada. É pena, pois foi uma grande fotógrafa em várias dimensões, seja de paisagens naturais e humanas da Grécia (e não só), seja de retratos ou similares, como a admirável fotografia da bailarina Margot Fonteyn em banho solar (Nafplio, 1951). Infelizmente, este «post» (ou «posta») não consegue fazer-lhe inteira justiça. Mas fica a notícia para os interessados, que espero sejam muitos.
 






 
 





 
 
 

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