segunda-feira, 30 de maio de 2016

Fascismo é quando um homem quiser.

 
 
 
 
 
Hoje, no Público, um texto sobre José Rodrigues dos Santos. E, como uma desgraça nunca vem só, sobre fascismo e marxismo.

8 comentários:

  1. Não simpatizo com José Rodrigues dos Santos (JRS) nem com a sua "obra literária" e confesso que a série de posts dedicada à "Sexualidade das Onomatopeias" foi das coisas mais geniais que li no Malomil. Posto isto, devo dizer que tenho acompanhado esta polémica e não consigo deixar de notar que JRS tem mais do que um bocadinho de razão e que o soundbite do "Fascismo tem origem no Marxismo" não é tão descabelado e descabido como pode parecer. Embora o texto de JRS no Público seja uma abordagem simplista e consista essencialmente numa "amálgama confusa de referências e factos históricos", há evidências que são confirmadas pelo próprio António Araújo.

    Não se pode dizer que o Fascismo tenha filho do Marxismo, mas a verdade é que o Marxismo é uma influência a ter em conta no Fascismo, que nunca chegou a ser uma ideologia estruturada e cristalizada (Giovanni Gentile bem tentou) mas antes um conjunto de ideais que foi sofrendo transformações ao longo do tempo (do proto-fascismo de D'Annunzio e da sua efémera República de Fiume ao fascismo squadrista dos Fasci di Combatimento, do fascismo enquanto regime de braço dado com a Igreja Católica e a alta burguesia ao fascismo dos últimos dias da RSI). Não pode por isso dizer-se que alguma vez tenha havido um "autêntico fascismo".

    Relembre-se que em 1945 Mussolini foi capturado juntamente com Nicola Bombacci, expoente socialista e fundador do Partido Comunista Italiano. Reza a lenda que ao ser fuzilado pelos partigiani gritou por uma última vez "Viva il Socialismo!".

    Se "os socialistas eram os alvos principais da violência dos fascistas (e vice-versa, note-se)", isso não quer dizer que o Fascismo não partilhe raízes comuns com os socialistas. A este nível, refiram-se os confrontos entre trotksistas, anarquistas e comunistas durante a Guerra Civil Espanhola. Embora a tensão entre os diversos grupos sempre tenha existido, os atritos degeneraram em confrontos violentos em Maio de 1937 em Barcelona. Prova isto que não havia um substrato ideológico comum entre as diversas facções que constituíam o lado republicano?

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  2. António, não posso deixar de felicitá-lo por ter tido a paciência de responder ao JRS. Gostei imenso do seu artigo. Passei grande parte do meu dia a aturar ignorantes que não querem perceber as subtilezas da história das ideias, digamos assim, no facebook, e acabei por desistir. Espero que persista na educação das gentes desta terra.
    Maria Teresa Mónica

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  3. O que o homenzinho quer e vender livros.

    E agora deu-lhe para imitar o Saramago e criar uma "onda" junto das pessoas.

    Talvez também sonhe com o nobel...

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  4. Sr. António Araújo, é cobardia bater nos mais fracos...

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  5. Como é que alguém que perora sobre Marx e o fascismo, não referir Sorel?

    É como perorar sobre a biologia sem nunca referir Darwin ou sobre física sem se referir a Einstein.

    Omite a conclusão de Payne e Steernhell nem sequer existe!

    Em suma, uma vergonha Sr. Araújo!

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  6. Apenas corrigiria: em vez de "hoje no Público um texto" para "hoje no Público um excelente, ponderado, acutilante, inteligente, sagaz e estimulante texto"

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  7. Quem se meter com a vaca sagrada da superioridade moral lixa-se!Toda a matilha vai participar na caça do JRS

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