Perante
este massacre, o Sr. Presidente da Fencaça, mudando radicalmente a opinião
avançada há dois meses, diz agora que não se tratou de uma «caçada», mas, pasme-se, de uma
«correcção de densidade». (aqui)
A
explicação é simples: como foram abatidos 600 hectares de floresta para
construir um parque fotovoltaico, os animais ficaram sem abrigo. Logo, havia
que matá-los ou, melhor dito, «corrigir a sua densidade».
Resta
saber como foi possível, numa propriedade de 1200 hectares, autorizar a
destruição de 600 hectares do seu arvoredo.
E,
já agora, porque foram chamados caçadores espanhóis para «corrigir a
densidade».
E,
sendo obrigatório apor um selo por cada animal morto numa montaria, como é
possível a proprietária do terreno dizer que emitiu apenas 40 selos, as
autoridades terem encontrado 270 canhotos de selos na herdade e, no final, terem sido mortos
540 animais. De 40 para 540 há uma diferença, não? Como a explica o senhor Amaro?
Ao
vir agora defender esta matança, Jacinto Amaro, presidente da Fencaça, além de
se cobrir de ridículo, acaba por confessar o óbvio: foi a delegação de Évora da
Fencaça (a organização de que ele é presidente há 29 anos) que emitiu as
licenças para os 16 caçadores espanhóis poderem caçar em Portugal.
Não
lhe ocorre que, perante este grotesco e pornográfico conflito de interesses, o melhor
seria ter estado calado? Não lhe ocorre que, com isso, mancha de forma
indelével a imagem da caça e dos caçadores portugueses, que é suposto representar?
Uma
falta de vergonha completa.
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