segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Que o vento seja suave.

 

Que o vento seja suave.



Uma brisa basta. No último dia de máscaras na rua, uma toada de despedida. Sem saudades, só esperança numa aterragem tão auspiciosa como a que parece aguardar os bonequinhos parapentistas da foto em baixo. O que virá depois não há de ser um furacão.

Nunca ouvi o vento desta maneira em “Soave sia il vento”, em Così Fan Tutte, de Mozart. Nesta interpretação, datada de 2020, ano de pandemia e de sufoco alucinado, o que se ouve no primeiro ato já nem parece um trio de vozes. Antes um quarteto -- e a brisa, o sopro das cordas, o elemento central.

É comparar: quem ansiar menos por uma vibração do ar assim, tamanha, a insuflar-nos por dentro até nos criar asas próprias, e preferir algo mais estelar, pode ficar com proveito a cintilar com este trio de estrelas.




Manuela Ivone Cunha 

 

 




3 comentários:

  1. Oxalá que aliviando o uso de máscara as coisas não piorem. Ajuntamentos vão haver sempre. Havia máscara na maioria dos envolvidos. Agora não vai haver. Oxalá haja consciência. Oxalá haja respeito pelo próximo. Eu vou usar máscara na rua.
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    Votos de uma feliz semana.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Que a estrada se abra à sua frente,
    Que o vento sopre levemente em suas costas,
    Que o sol brilhe morno e suave em sua face,
    Que a chuva caia de mansinho em seus campos,
    E, até que nos encontremos, de novo...
    Que Deus lhe guarde nas palmas de suas mãos!

    Prece Irlandesa

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