Com
a Union de la Gauche, que veio a ser
formada em 1972, o Partido Socialista francês, o PCF e o Movimento dos Radicais
de Esquerda (MRG) aliaram-se em torno do Programa Comum para a legislatura,
prometendo reformas que abririam o caminho para o socialismo, desde logo
nacionalizando sectores chave da economia francesa. Ora, muitos intelectuais da
esquerda estavam desiludidos com a URSS, com o PCF e com o sistema de partidos.
Impulsionados pelo entusiasmo soixante-huitard,
apontaram as baterias para novas formas de intervenção, pretensamente de
democracia directa.
Revolta na Prisão de Nancy, 1972
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Um
caso exemplar foi o da ofensiva contra o aparelho repressivo do estado
protagonizada pelo GIP – Groupe
d´Information sur les Prisons. Criado em fevereiro de 1971, por maoístas e
intelectuais como Michel Foucault, o GIP procurou tornar conhecida a
experiência das prisões, proporcionando aos detidos meios e oportunidades para
se expressarem. Pretendia-se, assim, cumprir um dos mots d´ordre de 68: “La
parole aux détenus!”
Aos
prisioneiros, como aos outros oprimidos, tinha de ser devolvida a palavra,
porque não lhes era permitido falar e também porque os partidos de esquerda não
falavam por eles. Como não se voltam
para vós, prisioneiros, voltem-se contra os partidos de esquerda.
Sartre e Foucault
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Foi
divulgado em 8 de fevereiro de 1971 um manifesto redigido por Foucault. O
filósofo publicou então um artigo intitulado “Brisons les barreaux du silence.” Depois, no final de 1972, quando
alguns prisioneiros criaram o “Comité
d´action des prisonniers”, o GIP dissolveu-se: agora que os detidos se
tinham organizado, recuperavam a voz e os intelectuais já não precisavam de
falar por eles.
Este
tipo de acção correspondia a uma nova fase da intervenção dos intelectuais.
Recusavam ver-se como uma avant-garde
de privilegiados, iluminados pela razão universal, que indicavam o caminho aos
sequazes. Cabia agora aos mais oprimidos exprimir a sua dor, revelar
espontaneamente o intolerável, emocionar os cidadãos para concitar
solidariedades e assim mudar o rumo. Simultaneamente, entravam em conflito com
os partidos tradicionais da esquerda, a quem criticavam o seu autoritarismo, a
sua confiança nas instituições repressivas do estado, a sua passividade.
É
curioso como voltamos sempre ao dito marxiano da história que se repete,
primeiro como tragédia, depois como farsa. Ou será ao contrário?
José
Luís Moura Jacinto
Texto mediocre que passa completamente ao lado do movimento que pretende descrever e nem sequer tem a honestidade intelectual de ir ao fim do "raciocinio". Em primeiro lugar, nunca ouvi ninguém, na esquerda tradicional ou noutro lado qualquer, afirmar-se como "avant garde de privilegiados iluminados pela razão universal". Mas sobretudo, apesar de ter sido animado por intelectuais de esquerda que podem irritar alguns (o que até posso compreender), o movimento visava dar um conteudo concreto, socialmente util e profundamente coerente à intervenção intelectual, pondo-a ao serviço de quem mais precisa. Na mesma linha de ideias, um grupo de magistrados e de clérigos criava o GISTI, instituição que tem hoje uma autoridade reconhecida, à esquera como à direita, entre outras razões porque esteve na origem de avanços significativos da jurisprudência, sobre o direito dos estrangeiros e não so.
ResponderEliminarA verdade é que este grupo e as suas iniciativas podem ser considerados como uma das primeiras etapas no movimento que levou a introduzir o direito dentro das prisões (uma ideia que, como vimos ha uns anos atras, ainda é estranha para muitos Portugueses), resultado que hoje ninguém critica de maneira séria, pelo menos ninguém com um conhecimento minimo da questão, independentemente da cor politica.
Em suma : "Estava la o comunista do Sartre, o filosofo homosexual, a coisa so podia dar para o torto como fica patente na fotografia..." Ou seja, um comentario que esperaria ouvir no café central de Carrazeda de Ansiães, mas não num blogue como o Malomil, que aspira a um certo nivel...
E nem entro na questão de saber porque é que o autor deste texto indigente se lembrou de o escrever hoje, com a actualidade que sabemos, porque a vida é curta...
Desejos de textos mais felizes ! (como é normalmente o caso : por exemplo o texto sobre o Japão é muito bom, e quase todos são, por isso venho protestar contra este, que francamente destoa...).
O autor do texto escreve como uma caricatura de um filósofo francês ;) Enfim, não entendi nada do texto, nem do seu propósito. Afinal, era bom, ou não era, dar voz aos detidos nas prisões? Não era louvável, a ação do grupo?
ResponderEliminarDe onde saiu a frase "Estava la o comunista do Sartre, o filosofo homosexual, a coisa so podia dar para o torto como fica patente na fotografia..." Por acaso o texto foi editado?
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