William Rankin (1920-2009)
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Não foi só Goethe quem amou as nuvens. A
paixão nebulosa de Gavin Pretor-Pinney é tal que não só escreveu um livro que
estou a ler, The Cloudspotter’s Guide,
como fundou a Sociedade de Apreciação das Nuvens, que é uma tradição assim um
pouco mázota de www.cloudappreciationsociety.org.
Desconfio um pouco deste amor assolapado, pois descobri entretanto que o moço
Gavin também tem um livro sobre ondas do mar. Decide-te, rapaz.
Conta o moço Gavin no livro das nuvens,
a propósito das majestosas cumulonimbus (ou majestosos cúmulo-nimbos),
a história do tenente-coronel William Rankin, que morreu aos 88 anos mas podia
ter morrido muito mais cedo. Veterano da 2ª Guerra e da Guerra da Coreia,
nascido em Pittsburgh em 1920, Rankin meteu-se dentro de uma gigantesca cumulonimbus
quando ia ao volante do seu F-8 Crusader. O motor parou, o motor de reserva
também parou, e Rankin ejectou-se. Esteve mais de 40 minutos em queda, voando
nas entranhas da cumulonimbus, com
uma temperatura de 50 graus negativos. Incrivelmente, escapou com vida – e com
poucas escoriações. Só quem ler ou souber alguma coisa das cumulonimbus é capaz de perceber a grandeza deste feito, tão grande
que mereceu um livro autobiográfico, The Man Who Rode the Thunder. De um homum que esteve, literalmente, no
olho do furacão. O único ser humano que sobreviveu à queda do alto de uma cumulonimbus. O cúmulo.
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