sábado, 1 de setembro de 2018

Vidas singulares: William Rankin (1920-2009).

 
 
William Rankin (1920-2009)
 
 

 
         Não foi só Goethe quem amou as nuvens. A paixão nebulosa de Gavin Pretor-Pinney é tal que não só escreveu um livro que estou a ler, The Cloudspotter’s Guide, como fundou a Sociedade de Apreciação das Nuvens, que é uma tradição assim um pouco mázota de www.cloudappreciationsociety.org. Desconfio um pouco deste amor assolapado, pois descobri entretanto que o moço Gavin também tem um livro sobre ondas do mar. Decide-te, rapaz.
         Conta o moço Gavin no livro das nuvens, a propósito das majestosas cumulonimbus (ou majestosos cúmulo-nimbos), a história do tenente-coronel William Rankin, que morreu aos 88 anos mas podia ter morrido muito mais cedo. Veterano da 2ª Guerra e da Guerra da Coreia, nascido em Pittsburgh em 1920, Rankin meteu-se dentro de uma gigantesca  cumulonimbus quando ia ao volante do seu F-8 Crusader. O motor parou, o motor de reserva também parou, e Rankin ejectou-se. Esteve mais de 40 minutos em queda, voando nas entranhas da cumulonimbus, com uma temperatura de 50 graus negativos. Incrivelmente, escapou com vida – e com poucas escoriações. Só quem ler ou souber alguma coisa das cumulonimbus é capaz de perceber a grandeza deste feito, tão grande que mereceu um livro autobiográfico, The Man Who Rode the Thunder. De um homum que esteve, literalmente, no olho do furacão. O único ser humano que sobreviveu à queda do alto de uma cumulonimbus. O cúmulo.  
 





 

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