Aroche fica na Província
de Huelva, perto da fronteira portuguesa.
Na sua igreja matriz, de Santa
Maria da Assunção, existe um grande quadro representando São Cristóvão.
Desde a sua construção,
entre os séculos XV e XVI, a igreja dispunha de uma grande pintura mural do
nosso Santo. Mas um dia, os frades jerónimos resolveram colocar um retábulo
dedicado a São Jerónimo que ocultava parcialmente São Cristóvão. Quem sabe se
não se tratou de um episódio das “guerras” de santos que São Cristóvão foi
várias vezes vítima?
Em 1777, o bispo
visitando a igreja considerou a situação indigna e determinou que se pintasse
um São Cristóvão de elevada estatura e que se eliminasse o mural existente.
Como, entretanto, a
parede passou a ser susceptível de ser derrubada para expansão da igreja,
optou-se por fazer a encomenda de uma tela que tinha assim a vantagem de ser
movível.
A obra foi adjudicada a
Juan de Espinal (1714-1783), importante pintor sevilhano, da última fase do barroco,
e director da classe de pintura da Real Escuela de las Tres Nobles Artes de
Sevilha.
O quadro ficou concluído
em 1781. É a última obra documentada do pintor.
Nesse mesmo ano, El eminentísimo y excelentísimo señor Cardenal
Delgado, Patriarca de las Yndias y Arzobispo de Sevilla, concedió 100 días de
yndulgencia, y el ylustrísimo señor Obispo de Botra, Auxiliar y Gobernador de
este Arzobispado 40 días a todas las personas que debotamente rezaren un
Padrenuestro y Ave Maria ante esta efigie de Señor San Christóval.
O quadro exibe o desgaste do tempo e recomenda restauro.
Na composição distingue-se o olhar surpreso e receoso do Santo ao sentir
o peso do Menino.
Ainda em Aroche, a Ermida
de São Mamede dos séculos XII e XIV encontra-se integrada no que são hoje os
restos da cidade romana de Turobriga. Na construção da Ermida não só foram
usados materiais provenientes daquela cidade como a própria ermida assenta num
edifício anterior, a Basílica Romana de Turobriga.
O interior da ermida tem
muitos frescos de boa qualidade.
A igreja foi
frequentemente utilizada como hospital nomeadamente por ocasião dos surtos de
peste. Nessas ocasiões as paredes eram caiadas ocultando os frescos. Estes só vieram
a ser recuperados há cerca de 40 anos.
Entre eles, o que representa São Cristóvão.
Ainda na Província de
Huelva, em Almonaster la Real, encontra-se um interessante mosaico de azulejos,
dos anos 50 do Século XX.
É da autoria do ceramista
Alfonso Chaves Tejada (1909-1982) e situa-se na fachada de uma casa particular
na Placeta de San Cristóbal, junto à Igreja Matriz de São Martinho.
Fotografias de 25 de
Fevereiro de 2022
José Liberato
Tenho acompanhado ao longo do tempo estes belos osts dedicados a São Cristóvão na Europa e sempre que os leio recordo-me de um livro que tinha em criança intitulado "Vida de Santos", criado a partir das contra-capas dos fascículos da "Histórias da Bíblia".
ResponderEliminarMuito bom dia!
Rui