Para quem
passou a infância a procurar as parisiennes
de Kiraz nas páginas do Jours de France,
melhor notícia não há do que o aparecimento deste livro. The Parisianer é um projecto nascido da imaginação de dois
ilustradores de Paris, que em Junho de 2013 convidaram 107 ilustradores a
fazerem capas imaginárias para uma versão francófila da New Yorker. Pouco depois, em Dezembro desse ano, saía o livro. O
projecto correu mundo, viajando até à flagelada Ucrânia, imagine-se. Agora, no início do
passado Novembro, tivemos a segunda edição, lindíssima. Falaram-me d’Isto, que
desconhecia. Mas o Gonçalo conhece-me tão bem que, sem que eu tivesse dito o
que quer que fosse, trouxe de Paris a nova edição do Parisianer. Ofereceu-ma anteontem, com a discreta cortesia da Matias
Travel, para que eu aprendesse o significado da palavra serendipidade.
Pode dizer-se que, com as suas
enguias esguias que cirandavam entre Paris e a Côte d’Azur, Kiraz criou um
«estilo», um traço inconfundível. Como Manara, mas este a pinceladas mais
grossas e explícitas. Kiraz é diferente, delicado, com um risco contido e
subtil. De origem arménia, Edmond Kirazian nasceu no Cairo e aí passou a sua
infância e adolescência. Chegou a Paris em 1946, terminada a guerra. Em 1959, no auge da V
República, no apogeu do gaullismo, Marcel Dassault encomendou-lhe um exclusivo
para o recém-criado Jours de France.
Assim nasceram as parisiennes,
ingénuas mal-comportadas. No Parisianer as coisas são diferentes e mais polivalentes. Entram
dezenas de autores, cada qual ao seu jeito, tendo apenas Paris como traço de
união. E, além de Paris, um visual muito próximo das capas da New Yorker, claro está. Simplesmente
maravilhoso.
Caro António,
ResponderEliminarPode pf indicar contacto da Matias Travel?
Obrigado
A. Lopes