domingo, 7 de dezembro de 2014

O Parisiense.

 
 












 
 
 
 

Para quem passou a infância a procurar as parisiennes de Kiraz nas páginas do Jours de France, melhor notícia não há do que o aparecimento deste livro. The Parisianer é um projecto nascido da imaginação de dois ilustradores de Paris, que em Junho de 2013 convidaram 107 ilustradores a fazerem capas imaginárias para uma versão francófila da New Yorker. Pouco depois, em Dezembro desse ano, saía o livro. O projecto correu mundo, viajando até à flagelada Ucrânia, imagine-se. Agora, no início do passado Novembro, tivemos a segunda edição, lindíssima. Falaram-me d’Isto, que desconhecia. Mas o Gonçalo conhece-me tão bem que, sem que eu tivesse dito o que quer que fosse, trouxe de Paris a nova edição do Parisianer. Ofereceu-ma anteontem, com a discreta cortesia da Matias Travel, para que eu aprendesse o significado da palavra serendipidade.
 



 
Pode dizer-se que, com as suas enguias esguias que cirandavam entre Paris e a Côte d’Azur, Kiraz criou um «estilo», um traço inconfundível. Como Manara, mas este a pinceladas mais grossas e explícitas. Kiraz é diferente, delicado, com um risco contido e subtil. De origem arménia, Edmond Kirazian nasceu no Cairo e aí passou a sua infância e adolescência. Chegou a Paris em 1946, terminada a guerra. Em 1959, no auge da V República, no apogeu do gaullismo, Marcel Dassault encomendou-lhe um exclusivo para o recém-criado Jours de France. Assim nasceram as parisiennes, ingénuas mal-comportadas. No Parisianer as coisas são diferentes e mais polivalentes. Entram dezenas de autores, cada qual ao seu jeito, tendo apenas Paris como traço de união. E, além de Paris, um visual muito próximo das capas da New Yorker, claro está. Simplesmente maravilhoso.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

1 comentário:

  1. Caro António,
    Pode pf indicar contacto da Matias Travel?
    Obrigado
    A. Lopes

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