sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Os bunkers da Albânia, um tema fulcral.

 




















 
 
 
         Um livro que acaba de sair em inglês (podeis sempre preferir o original polaco, de 2014), um livro que acaba de sair em inglês, dizia, é uma verdadeira maravilha. Dancing Bears, True stories of people nostalgic for life under tyranny, do jornalista Witold Szablowski. A primeira parte é uma extensa e fabulosa reportagem sobre um tema decisivo para a Humanidade: os ursos dançarinos da Bulgária. Quem nunca se interessou pelos ursos dançarinos da Bulgária não sabe o que é a vida. Voltaremos a esse tema, essencial. Na outra parte do livro, histórias esparsas sobre vários pontos de Leste. Entre eles, a Albânia e os seus bunkers. Melhor dizendo, os seus 750 mil bunkers, tal foi a taradice de Enver Hoxha ao enxamear o território com estes cogumelos anti-atómicos de betão. Ninguém sabe agora o que lhes há de fazer, são um perigo público. É claro que já andam a deitá-los abaixo para ficar com o ferro e demais metais. Até o exército entrou no negócio. Outros fazem tours para turistas-tótós, mas isso obviamente  não salva as economias de um país nem resolve a questão candente: são mais de 700 mil casamatas, perigosas, lamacentas, o piorio (e agora descobre-se que, em caso de aperto, nunca protegeriam quem quer que fosse). Foram 40 anos de comunismo a fazer bunkers, 40 anos de um líder paranóico que, às tantas, tinha medo de tudo e todos, americanos e soviéticos.  Há uma média de 5,7 bunkers por quilómetro quadrado, a Albânia é um queijo suíço (aqui). Para nós, tem graça, uma história de blogue, mais um fun fact estival. Mas para quem lá está – sobretudo, para quem lá esteve – não teve gracinha nenhuma.  Catacumbas albanesas, uma festa do avante em versão subterrânea, de ferro e betão. 
 
 
 

 
 
 
 

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