terça-feira, 14 de agosto de 2018

Incivilização.






 
 
Uma semana depois de ter sido apresentado ao mundo o restauro da fachada do Pórtico de la Gloria, na catedral de Santiago de Compostela, houve um senhor vândalo que decidiu homenagear desta forma estúpida a banda Kiss, que merecia melhor. A escultura é do século XII, convém dizer. E, ao que parece, as autoridades vão limpar, a custo, o grafito imbecil. A coisa vai bonita por Espanha: em 2016, vandalizaram a escultura da Ponte Romana, em Salamanca, uma obra que tem 26 séculos, nada menos.




   Há uns anos, em Itália, houve outros bárbaros que optaram pelo «terrorismo estético», conspurcando a fachada de edifícios históricos. Por cá também há disso, basta ver os grafitos no mosteiro de São Vicente ou noutras igrejas e lugares antigos. Isto não tem sentido nenhum absolutamente nenhum: político, cultural, estético, o que quiserem. É um acto criminoso – e como tal deve ser punido. Sem contemplações nem atenuantes, pois não as há. Pululam agora por Lisboa uns autocolantes «GECO», sucedâneos crípticos dos comercialões «Desentope», de má memória. A CML, que agora até anda bem de finanças, deveria investir na remoção imediata de grafitos, autocolantes e adereços promocionais – se forem limpos no acto, perde-se o estímulo para os fazer. É o que me parece, modestamente.
 
 
 

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