sexta-feira, 14 de junho de 2019

Na Cartuxa de Burgos.


 







 




 
Na Cartuxa de Burgos:
 
a cruel Isabel de Portugal que fez santa Beatriz da Silva
 
 
 
 
 
 
 
Última paragem em Burgos. É suficientemente longe da cidade para podermos dizer que saímos para uma dimensão distinta, quase para outro tempo. Não fosse algum excesso de merchandising e poderíamos jurar que os frades da ordem fundada por São Bruno estariam ali perfeitamente arredados do século XXI, como a rígida regra de quase eremitismo obrigaria.
 
A Cartuxa de Santa María de Miraflores é visita obrigatória, seja pelas extraordinárias peças de arte, seja pela história dos ínclitos ossos que alberga e que, uma vez mais, sublinham laços castelhanos com um Portugal que tão depressa era inimigo, como aliado e parente próximo.
 
No meio de um bosque, os frades cartuxos continuam a custodiar com o seu silêncio e a sua oração a memória do fundador do mosteiro, o Rei Juan II de Castela e Leão (1405-1454), que doou à ordem um dos seus palácios de caça e escolheu o local para ser sepultado. Mas a construção do actual edifício e o seu embelezamento artístico remontam ao reinado da filha do fundador, Isabel, a Católica, que fez deste panteão dos seus pais um monumento para a sua própria afirmação política num país marcado pela Guerra da Sucessão que a opôs aos partidários da legítima herdeira do trono, Juana, a Beltraneja ou A Excelente Senhora, como ficaria conhecida entre nós.  
 
A traça foi do arquitecto da vizinha Catedral de Burgos, Juan de Colonia, embora à semelhança da sé burgalesa a conclusão dos trabalhos tenha cabido ao seu filho, Simón. A entrada principal do blogue Viajar con el Arte sobre a Cartuxa de Miraflores explica em pormenor a distribuição dos monges cartuxos pelos vários espaços do mosteiro e refere as regras da ordem de São Bruno e a forma como marcaram o desenho e a construção.
 
A altura da nave gótica marca o exterior, elevando-se sobre o sóbrio conjunto medieval. Na porta exterior, recebem-nos as armas conjuntas de Castela e de Portugal, que se repetem lá dentro na pedra, na talha e nos vitrais.
 











 
Juan II casou duas vezes, mas apenas a segunda mulher o acompanha na eternidade terrena. Da primeira mulher, Maria de Aragão, que lhe deu um filho rei, Enrique IV, o Impotente, nem sinal. Sem surpresa, é a mãe de Isabel, a Católica, Isabel de Portugal, que estava ainda viva quando lhe preparavam o perpétuo descanso, que jaz a seu lado em esplendor figurado, já que a realidade óssea será bastante menos notável. O túmulo estava pronto em 1493 e Isabel morreu apenas em 1496, quarenta e dois anos depois do marido e apenas seis anos antes da filha – contudo, não teve oportunidade de o ver.
 
Numa espécie de vestíbulo, um novo pórtico de acesso ao pátio, com as armas de Castela e Leão e a Banda Real de Castela, o distintivo militar dos Reis de Castela, que identificava a sua posição em batalha, dois dragonetes sobre uma banda; o mesmo símbolo que Francisco Franco, Generalíssimo e Caudilho de Espanha, escolheria cinco séculos depois como seu símbolo pessoal. Os mesmos escudos repetem-se no portal da igreja, presidido por uma Pietá num pátio modesto e despretensioso, de cuja arcada se acede igualmente a uma pequena e escura capela com uma belíssima imagem do fundador da Ordem, São Bruno.
 
Ao cruzar o pórtico, deparamo-nos com uma sucessão de obstáculos que enfatiza a reclusão dos cartuxos: uma segunda porta, depois da qual podiam estar todos os fiéis; uma grade, depois da qual apenas podiam estar os irmãos leigos; uma porta com a inscrição “Felix Coeli Porta” entre dois altares, para além da qual só os monges podiam estar, na proximidade do céu.  Em muitos mosteiros cartuxos, os visitantes continuam a ficar à porta, longe do céu. Em Burgos, os monges continuam recolhidos, mas o acesso ao melhor que guardam foi felizmente permitido. Ao cruzarmos a porta deparamo-nos com um grandioso altar, de um certo barroquismo gótico, do melhor que o gótico flamejante nos deixou.
 
Tal como o retábulo da Capela da Conceição da Catedral, é obra do mestre Gil de Siloé, que o realizou entre 1496 e 1499, já depois de concluídos os túmulos. É todo ele um excesso, um contraste com a sobriedade gótica do edifício, sobretudo na profusão iconográfica. Cada escultura, cada cena bíblica parece lutar por ter um pouco de protagonismo em torno da figura central do Crucificado, que rasga o altar do ponto de vista cromático, com as carnações ensanguentadas a destacarem-se notoriamente dos outros elementos.
 
O que mais espanta é a geometria a que obedece a configuração do retábulo. À volta do Cristo há um grande círculo de anjos, dentro do qual cabem mais quatro pequenos círculos com a representação de diferentes passos da Paixão – Cristo no Horto das Oliveiras, a Flagelação, Cristo a caminho do Calvário e uma Pietá. Fora do grande círculo de anjos, outros quatro círculos, com os quatro evangelistas.
 
Há um certo caos ordenado, porventura representação do lema da Ordem: “Stat Crux dum volvitur orbis" – A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo dá sua órbita. Assim é no retábulo, em que o único elemento estável é a cruz, enquanto o resto parece girar à sua volta. É inequívoco, de resto, que o altar é um hino ao símbolo da Ordem dos Cartuxos, uma inspiração directa para o trabalho de Siloé. Tal como ali, a cruz assenta num globo; aqui os anjos substituem-se às estrelas.
 
Além da magnífica expressão do Crucificado sobre o qual figura um belo pelicano eucarístico, há um detalhe surpreendente que merece destaque, que é a presença de uma rara representação da Trindade. Deus Pai coroado com um triregnum sustém o braço direito da Cruz. A surpresa vem no outro braço, uma vez que Gil de Siloé deu forma humana ao Espírito Santo, habitualmente representado como uma pomba. 
 
Nos extremos do terço inferior do retábulo vem a celebração do fundador e da sua segunda mulher. A um lado está Juan II, coroado, representado a rezar e protegido por Santiago; sobre ele o escudo de Castela e Leão. No lado oposto, Isabel de Portugal é representada vestindo ricamente e a rezar, tendo por trás Santa Isabel, sua padroeira, e um pequeno São João Baptista; por cima, o escudo composto de Castela e Leão e de Portugal, o mesmo que nos recebeu à porta.
 
 
 




 
Isabel era filha do Infante D. João de Portugal, o penúltimo da Ínclita Geração, e de sua mulher (e sobrinha) D. Isabel, filha do primeiro Duque de Bragança. A Rainha era, assim, simultaneamente neta e bisneta do Rei D. João I, o Mestre de Avis.
 
A sua chegada à corte de Castela em 1447 está associada a uma história reveladora do génio da jovem rainha portuguesa. Enciumada por uma das donzelas do séquito que a acompanhou de Portugal e que a ultrapassava em formosura, a crudelíssima rainha encerrou-a num baú com o intuito de que ali morresse à fome. A jovem nobre era D. Beatriz de Meneses da Silva, filha do Alcaide de Campo Maior. Ao terceiro dia, questionada sobre o paradeiro da jovem e num assomo de arrependimento, a Rainha reabriu o baú, para descobrir que a jovem tinha sobrevivido.
 
A bela D. Beatriz, que rezara à Imaculada Conceição e obtivera dela a salvação, perdoou a Rainha e encerrou-se num convento em Toledo, cobrindo para sempre o rosto. O seu objectivo era, contudo, o de formar a sua própria Ordem, conforme lhe pedira a Virgem. Foi a Rainha Isabel, a Católica, ainda em vida da mãe e certamente em reparação dos pecados desta, que exerceu a melhor pressão junto do Papa Inocêncio VIII para que este aprovasse a Ordem da Imaculada Conceição, que sobrevive até aos dias de hoje, com as suas Irmãs Concepcionistas, que continuam a vestir como D. Beatriz decidiu: túnica e escapulário brancos e capa azul. O Papa Paulo VI canonizou-a em 1976 como Santa Beatriz da Silva, acrescentando a lista de santos portugueses.
 
 















 
Absolvidos em vida, os restos de Isabel jazem na cripta da Cartuxa de Burgos, sob o esplendoroso túmulo. Obra prima de Gil de Siloé, um dos maiores mestres escultores do seu tempo, foi realizado em alabastro entre 1485 e 1493, por encomenda de Isabel, a Católica. Colocado no presbitério, surpreendentemente próximo do retábulo, o monumento funerário tem a forma de uma estrela de oito pontas e de tal forma grandioso que se intui a mensagem de poder e de força que almejava.
 
Juan II e Isabel são representados em magnificência régia, em cima da estelar estrutura, rodeados pelos evangelistas e guardados por figuras de monges cartuxos em oração. Nos dezasseis lados do poliedro, sucedem-se – provavelmente fora dos locais originais – as representações das virtudes, de figuras bíblicas, de animais mitológicos e das armas do casal real, no meio de decorações florais executadas com primor no alabastro por Siloé e a sua oficina.
 
A Rainha lê um livro de horas, sugerindo uma existência mais plácida e pia do que a que efectivamente teve. Com efeito, o génio de Isabel de Portugal, apesar do arrependimento no episódio com Santa Beatriz da Silva, ter-se-á manifestado noutras ocasiões.
 
É apontada como responsável pela queda do poderoso Condestável de Castela e favorito do seu marido, D. Álvaro de Luna. Viúva muito jovem e mãe do putativo herdeiro do Trono, o Infante Alfonso, Isabel terá orquestrado a resistência ao enteado, o Rei Enrique IV, que redundaria numa Guerra de Sucessão com profundas consequências nos dois lados da raia – na realidade a criação de um novo, grande e poderoso país, a Espanha. Esta guerra e a questão dinástica subjacente explicam a monumentalidade dos túmulos reais da Cartuxa de Burgos, o de Juan II e Isabel e o do seu filho, o Infante Alfonso.
 
Juan II morreu em 1454, deixando três filhos: um do primeiro casamento, Enrique; dois do segundo, Alfonso e Isabel. No ano anterior, o filho primogénito obtivera a anulação do primeiro casamento por falta de consumação... ao fim de 13 anos. Já rei, em 1455, Enrique IV casou com D. Joana de Portugal, sua prima, filha póstuma do Rei D. Duarte e irmã de D. Afonso V, ainda menor e sob a regência do Duque de Coimbra. Ao fim de 7 anos de casamento, em 1462, nasceu a primeira e única filha do casal, a quem deram o nome da mãe. Mas as dúvidas sobre a paternidade da Infanta Juana, Princesa das Astúrias e herdeira do trono, haviam de a acompanhar toda a vida.
 
A suspeita de que o Rei havia obrigado a mulher a engravidar do seu valido, D. Beltrán de la Cueva, fizeram que o mundo a viesse a conhecer como a Beltraneja, nome depreciativo para quem deveria ter sido Rainha de Castela e Leão. A historiografia é relativamente unânime na impossibilidade física de Beltrán ser o pai de Juana, como de resto a Rainha D. Juana e o próprio D. Beltrán juraram solenemente. Porém, logo após o nascimento de Juana, parte da nobreza castelhana passou a apoiar o jovem irmão do Rei Enrique, o Infante Alfonso, filho de Juan II e de Isabel de Portugal, que passou a ser designado como Alfonso XII de Castilla e León e chegou a ter moeda cunhada em seu nome. Contudo, a morte levou-o logo em 1468, aos 15 anos.  
 
Mais tarde, a irmã deu-lhe uma sepultura à altura de quem não foi, mas podia ter sido rei. O túmulo de alabastro de Alfonso, igualmente obra de Gil de Siloé, complementa o dos seus pais. O jovem pretendente, rei aclamado e falsamente jurado em Ávila, é representado vestindo ricamente, ainda que sem atributos reais, e em oração, diante de um genuflexório. Parte dos rendilhados de alabastro perdeu-se, mas o túmulo é obra profusamente decorada e preenche a parede lateral ao túmulo de Juan II e Isabel de forma belíssima.
 
A confusão da sucessão de Enrique IV instalou-se em Castela. Mesmo que Juana fosse sua filha, Enrique foi absolutamente impotente como rei, pelo menos na sua elementar tarefa de assegurar a dinastia e a sucessão pacífica e ordenada. Pressionado pela nobreza castelhana, tentou orquestrar vários casamentos quer para Juana, quer para a irmã Isabel, a quem chegou a reconhecer como Princesa das Astúrias e herdeira do trono. Quando morreu, em Dezembro de 1474, a guerra civil era praticamente inevitável, com marcado tom internacional: Isabel tinha casado à revelia do irmão com Fernando, herdeiro da coroa de Aragão; Juana casaria logo depois com o seu tio, o Rei D. Afonso V de Portugal, que se proclamou Rei Consorte de Castela e liderou uma invasão lusa e caótica para afirmar a sua Rainha. Cada uma das pretensões acarretava a possibilidade de uma união dinástica.
 
A Guerra da Sucessão Castelhana, como ficou conhecida, saldou-se na vitória dos partidários de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, que conquistariam glória política e a união da Espanha sob o nome de Reis Católicos. Juana, exilada em Portugal, sem efeito o seu casamento com o derrotado tio Afonso V, professou no Convento de Santa Clara em Coimbra e por decreto passou a ser conhecida como A Excelente Senhora, vivendo uma existência discreta e recusando parte política activa. Conscientes de que a sombra de ilegitimidade não largaria Isabel, os seus partidários tentaram erradicar a memória de Juana. O terramoto de Lisboa ajudou, já que os seus restos estão entre os perdidos para sempre em 1755, destruído que foi o Convento de Santa Clara, que os albergava, cerceando – como bem refere a página portuguesa da Wikipedia – a hipótese de uma análise de ADN que tiraria dúvidas sobre a excelência régia do seu sangue.
 
Melhor sorte tiveram os restos de Juan II e de Isabel de Portugal. Com esta encomenda sublime e politicamente astuta, conquistaram oração pelas suas almas através dos séculos e a sua filha Isabel afirmou a sua legitimidade como Rainha de Castela e de Leão. Parte substancial do sucesso é da campanha de descredibilização de Juana como legítima herdeira do trono, à qual não foi alheia a vontade de Isabel de Portugal de ver um dos filhos reinar, em vez do enteado. E esta vontade mudou mais do que a vida da filha: criou um novo reino e mudou a história da Europa. Pouco proveito tirou disso a cruel rainha portuguesa, contudo. Profundamente perturbada com a morte do filho, permaneceu recolhida num convento em Arévalo até à sua morte, demente, recebendo a visita ocasional da filha e da neta, outra Juana, que lhe herdaria os genes e ficaria conhecida para a eternidade como a Louca.


 
 
Ademar Vala Marques
 
 
 












6 comentários:

  1. No grandioso altar aparece um retábulo da Última Ceia com onze apóstolos, Magdalena lavanda os pés de Jesus e uma cabeça decepada no prato à frente de Jesus.
    Qual é o significado da imagem?
    Valdemar Silva

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  2. Caro Valdemar Silva,
    Na preparação deste texto não me documentei especialmente sobre os diferentes pormenores do altar, uma vez que procurei apenas sublinhar as ligações a Portugal. No entanto, fui ver a imagem com atenção e pesquisei um pouco sobre o assunto.

    A cabeça não está decepada. Na verdade é São João Evangelista que, como é relativamente comum nas Últimas Ceias, é representado a dormir. Há-de reparar que tem a mão por baixo da cabeça.

    Na página da Cartuxa há uma referência à Última Ceia:

    "Última Cena: el momento elegido para esta representación es aquel en el que Jesús tiende el pan mojado a Judas, que está a su derecha. Judas aparece significado tomando el pan de la mano de Jesús, mientras que en la otra mano sostiene la bolsa con la recompensa por la traición. María Magdalena unge con perfumes los pies de Cristo bajo la mesa, y el resto de discípulos se representan en torno al maestro."
    https://www.cartuja.org/visita-virtual/retablo-mayor/

    A presença de Maria Madalena é assumida aqui como normal na Última Ceia, o que é pouco canónico e pouco provável que fosse aceite na Idade Média. Por outro lado, no blogue que já tinha referido no texto há uma referência à junção de dois momentos bíblicos distintos:

    "La escena de la Última Cena, en realidad, está reflejando dos momentos diferentes: la propia Cena pascual y la Cena en casa de Simón, cuando María Magdalena muestra su arrepentimiento y amor a Jesús."
    http://viajarconelarte.blogspot.com/2013/05/burgos-iii-cartuja-de-miraflores.HTML

    Pesquisando um pouco mais, há um documento interessantíssimo da Fundação Iberdrola, sobre o restauro do altar. Além de uma pormenorizada descrição do trabalho de Gil de Siloé (cabe destacar, o que não fiz no texto, que além da obra de escultura a obra de pintura de Diego de la Cruz - que pintou também o altar da Catedral de Burgos - é considerada essencial na qualidade deste retábulo), tem fotos esplêndidas.

    Aí encontrará um estudo mais aprofundado sobre a representação da Última Ceia e a sua interpretação (páginas 41 e ss.), que vale a pena ler e da qual retiro apenas um excerto:

    "En realidad, va más allá de lo que indica el título porque, de un modo artificial, se recrean en uno dos momentos diferentes: la Cena propiamente dicha y la Cena en casa de Simón donde Magdalena mostró su arrepentimiento y su amor por Jesús. En efecto, se la puede ver frente a Cristo y los apóstoles, casi echada en el suelo, con el pomo de ungüentos y perfumes al lado y tocando los pies de Cristo. Al mismo tiempo, el homenajeado por la pecadora arrepentida, tras mojar el pan en la salsa, lo ofrece a Judas, sentado en el extremo derecho de la mesa, que esconde la bolsa de los dineros de la traición —no tanto que no se vea— mientras acepta lo que se le ofrece. Con diversas variantes, dos son los significados principales: el que afecta a lainstitución de la Eucaristía, que no se precisa con la debida nitidez aquí, y la resistencia a la penitencia y al arrepentimiento del discípulo traidor. La Cena en casa de Simón presenta la situación contraria. Reunidas ambas con sus respectivas respuestas, se quiere indicar el valor de la penitencia, pero también que quien tiene todo a su favor para el arrepentimiento —Judas—, no lo asume a tiempo y acaba incluso atentando contra su vida. Sin embargo, la mujer pecadora lamenta profundamente su pecado, pide perdón por su pasado y queda invadida de amor por Cristo desde que le oye y obtiene la remisión de sus faltas."
    https://www.fundacioniberdrolaespana.org/webfund/gc/prod/es_ES/contenidos/docs/cartuja_retablo.pdf

    Ademar Vala Marques

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário/resposta.
      Não consegui saber o pq da cabeça de São João Evangelista no prato.
      Na Taula de Saint Miguel (séc.XIII), de Soriguerola (Baixa Cerdanha-Catalunha) tb só aparecem onze apóstolos, mas é explicado 'O apóstolo ausente deve ser Judas: um traidor não pode se sentar na mesa celestial'
      Valdemar Silva

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  3. Queria dizer 'Taula de Sant Miquel'
    Valdemar Silva

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  4. Caro Valdemar Silva,
    É São João Evangelista que está reclinado sobre a mesa, embora a aparência seja de que está uma cabeça sobre o prato. A cena representada no altar da Cartuxa de Burgos corresponde à descrição da Última Ceia no Evangelho segundo São João, seguindo a interpretação que São João era 'o discípulo amado':

    "Tendo dito isto, Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!» Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia. Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?» Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.» Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera. Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: 'Compra o que precisamos para a Festa', ou que desse alguma coisa aos pobres. Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
    (Jo, 13, 21-30)

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  5. Ao simpático Dom Antão, agora cartuxo de Miraflores, Espanha, deixando Évora, em Portugal, desejo-lhe a melhor chegada pela vida abraçada. Carinhosamente, meu abraço de saúde, alegria, reencontro e recomeço! Élcio, Sorocaba-SP, Brasil, 14/05/2020.

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