Na
história do boxe há heróis e há vilões, quase sempre fora do ringue. Um herói,
Cus D’Amato. O maior vilão, Don King. E sim, posso dizer uma heresia: não gostei do livro de Joyce Carol Oates
sobre o boxe, por muitas vezes que tenha tentado lê-lo. Em contrapartida, duas
maravilhas recentes sobre o boxe. Primeira, a recensão que, aqui há uns tempos, Joyce Carol Oates publicou na New York Review of Books sobre a autobiografia de Mike Tyson. Segunda, o documentário I Am Ali, de Clare Lewins. Assinalou-se há pouco o combate de Ali e Foreman, no Zaire. O documentário,
que vi na Meo, conta a história desse recontro. E, mais do que tudo,
acima de tudo, Clare Lewins teve acesso ao arquivo privado do campeão. A narrativa é pontuada pelas gravações que Muhammad Ali fazia
das conversas que tinha com os seus filhos, ainda crianças. Pelo meio, o testemunho
dos treinadores e dos fãs, daqueles que o acompanharam quando se converteu ao islamismo e recusou ser incorporado para pegar em
armas no Vietname. O filme, admito, é totalmente hagiográfico – mas,
tratando-se de Muhammad Ali, poderia ser doutra forma?
Pois...e agora?Alguma novidade?
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