segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Usbequistão: encruzilhada de civilizações (6).

  

 

No post número 2 iniciei a conturbada História das invasões do território que hoje é o Usbequistão.

Ao viajar para a mítica Samarcanda, é ocasião para avançar mais nessa História, até chegar a Tamerlão.

Não sem antes falar de Gengis Khan.

Por volta de 1167, no Norte do deserto de Gobi, hoje território da Mongólia, nasce o filho de um chefe mongol que, crescendo, conseguiu eliminar os rivais de outras tribos e assumir em 1207 a liderança do povo tártaro. Foi então aclamado como Gengis Khan, o chefe de todos os povos das tendas de feltro.

E inicia ume epopeia militar baseada em grande parte na sua cavalaria. O seu exército percorre distâncias a uma velocidade nunca vista, os cavaleiros dormindo montados nas suas selas e espalhando o terror por todo o centro da Ásia.

Em 1221, o império de Gengis Khan estendia-se da China ao Mar Cáspio, incluindo portanto a Ásia Central. Morreu em 1227. Apesar da destruição, Gengis Khan deixou, como legado aos seus sucessores, uma pax mongolica que durou um século. Foi durante este período que Marco Polo realizou as suas viagens entre Veneza e a China.

Em 1336 na Transoxiana, perto de Samarcanda, nasce Timur, depois conhecido como Tamerlão, ou Timur o Coxo depois de ter sido ferido em batalha. Era filho de um chefe de clã de origem mongol.

Como Gengis Khan, impõe-se pela sua brutalidade (há quem estime em 17 milhões o número das suas vítimas!) e revela uma contradição evidente: exterminador de povos inteiros, foi um amante das artes e das letras. A ele e aos seus descendentes se deve terem transformado a cidade de Samarcanda numa pérola da arquitectura da Ásia Central.

O seu império estendia-se, no seu apogeu, entre a Rússia e a Índia, de Damasco a Delhi. Morreu em 1405 quando se preparava para invadir a China. A sua dinastia não sobreviveu muito tempo.

A visita a Samarcanda iniciou-se muito apropriadamente pelo Mausoléu Gur-e Amir, de uma beleza notável. Inspirou o célebre Taj Mahal na Índia, mandado construir por descendente de Tamerlão. No exterior uma imponente estátua do Chefe de Guerra. O Mausoléu abriga o túmulo de Tamerlão.

Uma lenda rodeia este túmulo. Foi pela primeira vez aberto em 1941. Os arqueológos descobriram de imediato inscrições anunciando uma maldição que atingiria quem violasse o túmulo. Dois dias depois Hitler invadia a União Soviética. Consta que Estaline, à cautela, mandou imediatamente fechar o sarcófago…

 





 





 Próximo, o Mausoléu Rukhabad, foi mandado construir por Tamerlão em 1380 para albergar o túmulo de um teólogo e místico muito estimado na época.

 



                                                    Fotografias de 27 de Setembro de 2024 

                                                                                           José Liberato



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