quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Tiro no pé.

 




 
 




Socorro, tenho uma filha adolescente. Mas, desta vez, a teen tem razão nos queixumes. O livro da disciplina de Ciências Naturais do 9º ano, Bioterra – Viver Melhor na Terra, de Lucinda Motta e Maria dos Anjos Viana (Porto Editora, 2012, 17,82 €), revisto por oito doutorados, professores nas universidades do Porto e Trás-os-Montes, dedica várias páginas à explicação da sexualidade – e muito bem.

No entanto, na página 33, a propósito das «dimensões da sexualidade», um cartoon inclusivo e politicamente correcto. Na intenção, o melhor. O resultado, desastrado, é que não corresponde. Num autocarro, um homossexual aparece vestido de colarinhos rosa, desejando o muçulmano. Este, sedento de um harém de concubinas, sonha em simultâneo com quatro das passageiras. A lésbica, que deseja a negra, surge trajada à sapatona, mulher-homem. Julgando ser «avançado», o cartoon reproduz os piores estereótipos e preconceitos em matéria de homofobia e xenofobia: o escurinho islâmico que fantasia com tudo quanto é mulher, o larilas de franjinha e rosa e, enfim, a fufa máscula que veste à homem e gosta é de mulheres.
 
Assim, não. Um tiro no pé.










3 comentários:

  1. E o pior é que naquela carruagem não se faz um único par. Ninguém se gosta mutuamente. Faz lembrar Drumond de Andrade:
    João amava Teresa que amava Raimundo
    que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
    que não amava ninguém.
    João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
    convento,
    Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
    Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
    Fernandes
    que não tinha entrado na história.

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  2. Falta um idoso, com o balãozinho em branco,zerosexual devido à idade. Descriminação imperdoavel.

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