sábado, 21 de fevereiro de 2015

Do debate de ideias em Portugal.

 
 
 
 
Natural History Museum, Londres
Fotografia de António Araújo
 

 
 
Não podia estar mais de acordo com Manuel Loff quando, há poucos dias, alertou para a persistência de racismo em Portugal. Tivemos a confirmação desse fenómeno a semana passada. Perante uma crónica de Gabriel Mithá Ribeiro, não se hesitou em aludir à cor da pele do autor, falando-se em «pretinho salazarista». Como argumento, é abjecto – e deve merecer o repúdio de todos, mesmo dos que não concordem, e até discordem frontalmente, do texto de Gabriel Mithá Ribeiro.   
 
 
Concorde-se ou não com a receita da troika, aludir à deficiência física de uma pessoa, ao facto de viver confinada numa cadeira de rodas, parece-me indigno e vil. Dirão que se tratou de uma figura de estilo, de um jogo de palavras entre a deficiência  de Schäuble e as vítimas da sua política. Mesmo nessa leitura benévola, parece-me de muito mau-gosto, para dizer o mínimo. Para dizer o máximo: um cronista com as qualidades e as responsabilidades de Miguel Sousa Tavares insultou todas as pessoas com deficiência. Ora, isso é grave, indigno e vil.
 
 
António Araújo

 

19 comentários:

  1. qual será a deficiência do António Araújo?

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  2. Também considero que o MST foi, no mínimo, infeliz. Quanto ao "pretinho salazarista", essa não tem classificação.

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  3. O Luis M. Jorge já lhe respondeu: https://vidabreve.wordpress.com/2015/02/21/vamos-entao-dar-voz-aos-brancos-salazaristas/
    E parece que até está bem respondido, de forma pouco abjecta.

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  4. Meu caro,

    muito obrigado pelo seu comentário.
    Fui ler o texto de Luis M. Jorge e o que encontro é:
    1 – o autor, talvez com alguma imodéstia, diz que recorreu a uma «finíssima ironia», e que foi mal interpretado, devido ao «flagelo da iliteracia que grassa na nossa direita»;
    2 – diz ainda que, ao usar a expressão «pretinho salazarista», não pretendia referir-se à cor de pele de Gabriel Mithá Ribeiro mas a «fenómenos tão científicos» como a «síndrome de Estocolmo»;
    3 – refere que a expressão «pretinho salazarista» não é da sua autoria, mas de Henrique Raposo;
    4 – considera que os que o criticaram deviam tomar os medicamentos («Ah, e tomem os medicamentos»);
    5 – diz que eu «cheguei tarde à conversa»:
    6 – afirma que a minha «indignação moral» é «armada a trouxe-mouxe»;
    7 – refere que «sabemos de onde veio» a minha indignação moral;
    8 – conclui que eu, «o tipo do Malomil», «só soube da missa a metade».

    Não sei se me inclui entre os «brancos salazaristas», o «punhado de nazis» e os «ex-pides» a que se refere no texto e na caixa de comentários, pelo que não irei pronunciar-me sobre tais qualificativos.

    Sei apenas que, no «post» original, o autor fala de «pretinhos espertos» que apertam o nó da gravata e respeitam Salazar, dizendo que «há um ou dois que até escrevem nos jornais». E, nesse passo, estabelece um «link» para um texto publicado por Gabriel Mithá Ribeiro no jornal «Observador».

    Se o autor esclarece agora que não pretendeu menosprezar a opinião de Gabriel Mithá Ribeiro devido à cor da sua pele, que as expressões «pretinho salazarista» ou «pretinhos espertos» nada têm a ver com raça ou cor da pele mas com a síndrome de Estocolmo, resta-me pedir-lhe as maiores desculpas pelo meu erro de interpretação. E garantir-lhe que, ao contrário dele, nunca utilizarei juízos de intenções («sabemos bem de onde veio») sobre o que diz ou escreve. Acrescento que jamais o mandarei, em jeito de insulto, «tomar os medicamentos». Por iniciativa própria ou por prescrição médica, milhares de pessoas tomam medicamentos. Quando utilizada num sentido pejorativo, tal expressão é injuriosa e insultuosa para essas pessoas, para terceiros que nada têm a ver com a presente troca de opiniões. Ao escrever-se «Ah, e tomem os medicamentos» está-se, de uma forma implícita ou até bastante explícita, a afirmar que a pessoa que ingere medicamentos é merecedora de menos consideração nas opiniões que emite. Trata-se, se o leitor reparar, de uma forma de degradação pessoal dos adversários muito semelhante àquela que os pretende desqualificar devido à cor da sua pele. Num caso usa-se a raça, ou o nível de escolaridade e literacia; noutro, o estado de saúde, crê-se que de saúde mental. Quem discorda é maluquinho e deve ir medicar-se… (logo, quem toma medicação tem menos valor na opinião). Eis um registo em que não me revejo e que jamais praticarei.

    Por último, pedia, ao autor ou a si, que explicitasse melhor a ligação entre a expressão «pretinho salazarista» e a síndrome de Estocolmo. Certamente por iliteracia minha, continuo a não perceber a «finíssima ironia» dessa associação. Trata-se, decerto, de iliteracia minha, só minha; pessoal e intransmissível. Nada tem a ver com esquerda ou direita. Procuro não ver o mundo dessa forma tão redutora e maniqueísta, como se a literacia fosse monopólio de uma ideologia.

    Cordialmente,

    António Araújo

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    1. Caro António Araújo,

      não possuo as suas capacidades exegéticas, tão bem patentes no que tem escrito sobre Rodrigues dos Santos, Peixoto e outros fenómenos escreventes da nossa praça (escritos que tenho lido com gosto, proveito e comunhão de perspectiva). Como tal, não tenho condições de lhe explicitar nada acerca da resposta que Luís M. Jorge já deu, e ao qual caberá esclarecer ou não o que muito bem entender.
      Posso sim dizer-lhe que, segundo a minha pobre grelha interpretativa, o que Luís M. Jorge centralmente refere é que a expressão “pretinho salazarista” foi usada em tempo por Henrique Raposo em semanário de grande circulação pública, perante o elogio de quem agora o caustica (a ele, Luís M. Jorge) por usar a mesmíssima expressão, ou perante a indiferença de quem agora dá mostras de uma indignação vibrante. Creio que o António Araújo foi aportado à questão sob este último motivo, agravado pelo facto de o ter feito tarde, quando a contenda tinha já lastro suficiente e notório para se aperceber desta “recepção variável” conforme o emissor, falta assinalável a tão fino e rigoroso observador como é o editor do Malomil.
      Talvez — note bem, talvez — venha daí a alusão aos medicamentos, para compensar tão flagrante “bipolaridade” (atente nas aspas, s.f.f., tenho todo o respeito pelos doentes bipolares).
      Aliás, parece-me mesmo que a incoerência de critérios se manifestou de novo ao longo da polémica, uma vez que Luís M. Jorge se referiu, agora, aos “brancos salazaristas” e nenhum dos visados, nem mesmo o António Araújo, o admoestou, agora, pela reincidência rácica.
      É só isto.

      Com os melhores cumprimentos de

      Pedro Mesquita

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    2. A expressão não foi inventada pelo ornitorrinco do Raposo. E nem ele a referiu em resposta ao Raposo.

      A expressão é antiga e significa isso mesmo- aquilo a que ele chamou a Síndrome de Estocolmo- um preto, por natureza, tem de ser contra branco porque branco ocupou-lhe um país (mesmo que nem país existisse no séc. XVI). Portanto, um preto, para ser preto, tem de ter raiva a branco colonialista ou então é um pretinho colaboracionista (salazarista).

      Foi isto que o pascácio escreveu.
      Já a cena de tomar os remédios é expressão idiomática que toda a gente compreende sem exegeses politicamente correctas

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    3. Mas não foi burro em ir buscar essa anormalidade do ornitorrinco como escudo contra a "famigerada direita dos ex-pides e fascistas".

      Não foi burro porque as pessoas são burras e parece que desaprenderam a sua própria língua e o sentido semântico das questões sem as arrumar em tribos de infâmia

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    4. Adenda

      Caro António Araújo,

      desculpe o regresso, mas reparei num pormenor que não será de somenos nesta questão.
      É que me dei conta que Henrique Raposo, o escriba que titulou em 2012 uma crónica no Expresso de “O pretinho salazarista”, sem celeuma cívica e até com agrado de alguns sectores, teve textos publicados em 2014 neste mesmo blogue Malomil.
      Perdoar-me-á o António Araújo, mas já não é só a falta de não ter causticado em tempo essa abjecta menção rácica, o que pode relevar de desconhecimento ou distração; é que o António Araújo, como editor deste blogue, é responsável por dar espaço público a esta abjecção, da mesma forma que criticou (e bem!) o Público por ser editorialmente responsável por dar espaço a Manuel Loff, que não respeitaria a lisura mínima exigível a um cronista.
      Como vê, as incongruências, dualidades, parcialidades e variáveis vão-se acumulando.
      Olhe, no meio disto, vou eu tomar a minha medicação que já estou a ficar muito confuso!

      Receba os melhores cumprimentos de

      Pedro Mesquita

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    5. Caro Pedro Mesquita,
      muito obrigado pelos seus comentários e pelas imerecidas palavras que dirigiu ao que aqui vou escrevendo.
      Relativamente às suas observações, o que se me oferece dizer é que tenho publicado textos dos mais diversos autores sem jamais me preocupar com as suas orientações ideológicas e, muitas vezes, discordando até do conteúdo do que aqui escrevem. Além do pluralismo, este blogue respeita a liberdade de opinião.
      Não só publiquei textos de Henrique Raposo como, caso não saiba, publiquei igualmente textos de Gabriel Mithá Ribeiro. Tal não significa, obviamente, que concorde ou seja responsável pelo facto de o primeiro ter usado a expressão «pretinho salazarista» (que, insisto, considero insultuosa) num artigo publicado no jornal «Expresso».
      Simplesmente, o facto de existir esse «precedente» - que, confesso, desconhecia - em nada retira a gravidade ao que Luis M. Jorge agora disse. Há diversas dimensões nesta controvérsia, como o insulto feito pelo blogue «Estado Sentido» a Luis M. Jorge e a acertada resposta da parte deste. Como compreende, sou completamente alheio a tudo isso.
      Pela parte que me toca, permito-me apernas esclarecer que nunca critiquei o Público por ter dado espaço editorial a Manuel Loff. Solicitei, isso sim, a Manuel Loff se esclarecesse o facto de me ter atribuído falsamente afirmações que nunca proferi. Manuel Loff nunca teve a dignidade de repor a verdade e reconhecer o mínimo: que se enganara, que as palavras que que me atribuía tinha sido ditas por outrem.
      Não há qualquer parcialidade ou incongruência, se me permite: a expressão «pretinho salazarista» é condenável em todas as circunstâncias. E continuo sem perceber em que medida o seu uso pode ser justificado ou legitimado por uma suposta associação à síndrome de Estocolmo.
      Quanto ao uso da expressão «branco salazarista», se reparar no meu comentário anterior verificará que digo que não irei comentá-la, bem como outras que Luis M. Jorge usou (tais como «ex-pides» e «punhado de nazis»), pois considero-as de tal forma insultuosas e descabidas que não quero crer que o autor as tenha usado com referência à minha pessoa.

      Cordialmente, agradecendo o seu comentário,

      António Araújo

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    6. Caro António Araújo,

      por muito estimulante e honrosa que seja para mim esta troca de pontos de vista, a verdade é que o Senhor terá com certeza temas bem mais interessantes sobre que escrever, e a sua tolerância com este arguente está a prejudicar o seu leitor recatado, que também sou. Como tal, e como me parece que não estamos debatendo exatamente o mesmo objeto, deixarei apenas algumas considerações finais sem mais o distrair, para benefício duplo de mim próprio, como leitor e como paisano reservado.

      1) No seu texto publicado neste blogue, António Araújo foi perentório ao dizer: «Perante uma crónica de Gabriel Mithá Ribeiro, não se hesitou em aludir à cor da pele do autor, falando-se em «pretinho salazarista». Como argumento, é abjecto – e deve merecer o repúdio de todos, mesmo dos que não concordem, e até discordem frontalmente, do texto de Gabriel Mithá Ribeiro» [http://malomil.blogspot.pt/2015/02/do-debate-de-ideias-em-portugal.html]. Está no seu direito de ser perentório e de se indignar espontaneamente.

      2) Soube-se entretanto que o qualificativo “Pretinho Salazarista” foi usado no distante ano de 2012 por Henrique Raposo [https://vidabreve.wordpress.com/2015/02/21/vamos-entao-dar-voz-aos-brancos-salazaristas/], como título de uma crónica no Expresso [expresso.sapo.pt/o-pretinho-salazarista=f763904] a propósito de Obama (que, por sinal, é preto). Portanto, e seguindo retroativamente a sua orientação, a prosa de 2012 de Henrique Raposo era «abjecta» e deveria merecer o «repúdio de todos». Essa prosa não foi escrita em blogue pessoal ou desconhecido: foi escrita no semanário de maior circulação nacional, jornal de referência. Veja bem que, até a mim, que não suporto o tom, o estilo, a argumentação e a suposta graça de Henrique Raposo, já aconteceu cairem-me os olhos na sua coluna. O António Araújo não leu, não soube — não tem mal, nem se lhe pode assacar nenhuma responsabilidade.

      (continua)

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    7. (continuação)

      3) Em 2013 (11 Out. [http://malomil.blogspot.pt/2013/10/pcp-meu-nome-do-meio.html]; 19 Dez [http://malomil.blogspot.pt/2013/12/a-familia-de-negro.html]) e 2014 (3 Jan [http://malomil.blogspot.pt/2014/01/o-natal-e-lixado.html]; 18 Jan [http://malomil.blogspot.pt/2014/01/fazer-filhos.html]; 11 Abril [http://malomil.blogspot.pt/2014/04/o-meu-retornado.html]; 26 Junho [http://malomil.blogspot.pt/2014/06/o-mundial-e-dos-derrotados.html]; 28 Junho [http://malomil.blogspot.pt/2014/06/o-gajo-de-1979.html]; 19 Julho [http://malomil.blogspot.pt/2014/07/nao-escrevam-no-facebook-dos-mortos.html]; 5 Dez [http://malomil.blogspot.pt/2014/12/eramos-assim-casticos-em-1984.html]) foram publicados no blogue Malomil, de que o António Araújo é editor, nove (9) textos de Henrique Raposo, todos, ao que julgo, retirados do Expresso. É verdade que nenhum foi o do “Pretinho Salazarista”. Mas não é menos verdade que, como editor do blogue, o António Araújo tem a responsabilidade editorial sobre os textos de autores que «publica» e a quem «dá guarida» (estas citações são explicadas infra), independentemente de concordar ou não com eles. Assim como o editor de um jornal em relação aos colunistas desse periódico.

      4) Não quero trazer à colação a questão passada entre António Araújo e Manuel Loff, sobre a qual nada tenho a dizer, exceto para citar as suas (de António Araújo) palavras: «Lamento que o Público tenha como seu colunista alguém que atribui a terceiros opiniões que estes nunca manifestaram. No retrato, quem fica mal não é Manuel Loff, irrelevante como pessoa, irrelevante como historiador, irrelevante como cronista. No retrato, quem fica mal, muito mal, é quem o publica e dá guarida às suas calúnias e inverdades» [http://malomil.blogspot.pt/2012/08/quando-os-lobos-uivam.html] (sublinhado meu). Permitir-me-á que também eu lamente que o Malomil (e o seu editor, António Araújo) tenha como seu colunista alguém que se exprime de forma «abjeta», merecedora do «repúdio de todos», sendo que, neste retrato, quem fica mal, muito mal, é quem publica e dá guarida (cá estão as citações supra) à sua prosa racista e ofensiva (aparte: eu creio que o Obama não tomou conhecimento da crónica de Raposo, mas tenho a certeza que Gabriel Mithá Ribeiro leu o que Luís M. Jorge escreveu, e isto faz diferença na defesa própria — o que não me parece circunstância atenuante para Raposo).

      (continua)

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    8. (continuação)

      5) Face a tudo isto, concordará ser insólito que o editor de um blogue onde se acolhe a prosa de Henrique Raposo (autor da crónica abjeta “O Pretinho de Salazar”) se mostre tão veementemente indignado pela prosa que Luís M. Jorge publicou no seu blogue (dele, Luís M. Jorge) sob o título “O Pretinho Salazarista”, mais de dois anos depois. Não tiro daqui nada de especial, a não ser o azar que o António Araújo teve em toda esta questão. Mas, felizmente, tem ainda duas saídas magnânimas para esta insólita situação: 1) convidar Luís M. Jorge a escrever no Malomil (ressalvando que, à semelhança de outros diversos autores, não concorda com o teor dos seus textos); ou 2) repudiando retroativamente a abjeção inicial de Henrique Raposo, não lhe dando mais guarida no blogue Malomil.

      6) Mantenho a estranheza: prefere não comentar a expressão “branco salazarista” quando, segundo o seu argumentário, ela encerra uma alusão rácica (eventualmente) tão reprovável quanto a expressão “pretinho salazarista”. Será por não estar em diminutivo “branquinho”? Mas tudo bem, o António Araújo está no seu pleno direito de comentar ou não o que muito bem entende.

      7) Finalmente, sobre a associação de “pretinho salazarista” à síndrome de Estocolmo, permitir-me-á que não seja intérprete público de Luís M. Jorge, de quem não tenho procuração, a quem não conheço pessoalmente, e de quem não sou avatar. Para dizer tudo, eu não sou Luís M. Jorge e reparará que tenho argumentado com citações de António Araújo, embora também não seja António Araújo.

      Perdoe a extensão do escrito.

      Receba os mais cordiais e gratos cumprimentos do leitor recatado

      Pedro Mesquita

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    9. Há muita gente a precisar de fazer a dita PAAC

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    10. Caro Pedro Mesquita,

      muito agradeço o seu comentário, dizendo-lhe desde já que está convidado a publicar no Malomil, sempre que quiser.

      Não me querendo alongar mais, e sobretudo maçá-lo, refiro apenas, a concluir, que, como já referi, Gabriel Mithá Ribeiro publicou alguns textos neste blogue.

      Isso valeu-lhe ser chamado «colonizado cor de merda», num comentário que pode ler a este post:

      http://malomil.blogspot.pt/2013/11/o-kitsch-portugues.html

      Penso não ser necessário acrescentar mais nada.

      Cordialmente, agradecendo os seus comentários,

      António Araújo



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    11. Caríssimo António Araújo (permita-me a saudação efusiva),

      Quebro o meu compromisso por imperativo de educação.
      Não posso deixar de lhe agradecer, reconhecidamente, o convite que me fez para escrever neste prestigiado blogue, do qual, creia, sou frequente, atento e grato leitor. Contudo, a sua generosidade não me deve fazer esquecer a pouca valia das minhas aptidões. Note que, neste mesmo seu breve mas elegante texto, não fui capaz de atinar com o alcance dos parágrafos intermédios com relação ao assunto que debatemos! E credita-me o meu amigo (releve-me a familiaridade, não abusiva, mas calorosa) não ser necessário acrescentar mais nada, quando me sinto eu tão falho para vislumbrar o que lá está, concerteza evidente, mas ao meu entendimento vedado.
      É-me pois forçoso declinar o seu honroso convite, por não estar à altura do ilustre corpo redatorial.
      Garantindo-lhe que nunca o António Araújo me maçou, mas que, pelo contrário, eu me reconheço como distração à sua obra (e sinto ainda estar a distraí-lo),
      E reiterando-lhe a minha profunda gratidão

      Pede licença para se retirar o seu leitor recatado

      Pedro Mesquita

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  5. Questão à parte, também me pergunto de onde vem esta mania recente (geracional) da exegese de qualquer expressão idiomática?

    Ia jurar que vem da ditadura do politicamente correcto. Lê-se sempre tudo à letra para depois se fazer o processo de intenção.

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  6. Por acaso agora também já não se diz remédios- foi outra palavra apagada. Agora é "a medicação".

    É isso e "locutores de tv"- passaram todos a jornalistas ":OP

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  7. Mas é tudo fruto de terem andado na mesma escola.

    O Obama nunca poderia ser salazarista, por muito preto que fosse.
    O Mithá nem idade tem para isso.

    O estigma está na reductio ad Hitleram que aprenderam nas aulas de formação para a cidadania. Salazarista e fascistas são as palavrás mágicas que provocam maior estigma social que todas as marcas de infâmia de passados que eles gostam tanto de invocar como "épocas das trevas".

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