terça-feira, 31 de março de 2020

A porta do Oriente (35)





Uma conferência económica reunida em Paris  prometeu em 2018, 10 mil milhões de dólares ao Líbano. Mas exigiu reformas. Existe uma ampla compreensão internacional pelas dificuldades do país, tendo em conta que recebeu cerca de um milhão e meio de refugiados. Mas o Líbano tem de lutar contra a corrupção e combater a evasão fiscal.
Com efeito, a situação económica é muito preocupante. O desemprego atinge os 20%, 37% no que se refere aos jovens. A taxa de crescimento foi de apenas 0,2% em 2018 e vai agravar-se certamente. A dívida pública atinge 150% do PIB  e o défice das contas públicas é de 11,5% do PIB.
O Líbano precisa de uma reforma da justiça, uma reestruturação radical do sistema fiscal que hoje se caracteriza por ser regressivo.
Precisa também de uma profunda renovação das infra-estruturas. Em especial a electricidade. O comum libanês paga duas contas de electricidade. A da companhia de electricidade e a do aluguer do gerador. A máfia dos geradores é continuamente referida nas conversas.
A necessidade do fortalecimento da economia produtiva é bem demonstrada pelo facto de as importações libanesas serem de 20 mil Milhões de dólares, enquanto as exportações são de apenas 3.
A economia vive das transferências da comunidade libanesa dispersa pelo Mundo. Essas transferências atingem 1500 dólares per capita.
Tudo isto não deixa de criar um problema político muito difícil: as primeiras medidas a ser tomadas por um governo revolucionário serão provavelmente medidas de sacrifício.









Fotografias de Beirute de 13 de Novembro de 2019

José Liberato






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