A obra
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Nada
acontece por acaso. José Luís Nunes Martins é colunista do jornal «i» e, por
ocasião da saída do seu livro Filosofias
– 79 Reflexões, deu uma entrevista ao jornal «i». Mais precisamente,
concedeu breves minutos da sua existência interior à jornalista Carolina
Pelicano Falcão. É pena que a entrevista só ocupe
uma página do jornal «i». Tanto, mas tanto, haveria a retirar deste filósofo…
Maravilhas várias, muitas. Aqui vai uma, à trave: «Acho que nenhum pensador vai ter algum sucesso se partir do princípio de que nós não morremos ou que o amor não é importante.»
O autor
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Quem fala assim pensa-se como um
pensador, naturalmente. Todavia, na vida real Nunes Martins «dá instrução em companhias aéreas em gestão e planeamento de emergência». E essa coisa não dará jeito
ao trabalho de um pensador? Olaré se dá. «No planeamento de emergência temos de lidar com a nossa finitude e com condicionantes que não gostamos de entender. Que as pessoas que amamos possam morrer e que nós próprios possamos morrer, são duas verdade absolutas. Partir daqui para pensar uma quantidade de temas parece-me frutífero. Até porque a filosofia é a procura da verdade e estes são dois pilares da verdade.»
Encostado aos pilares da verdade, numa
tarde soalheira, o filósofo-Martins deixa cair mais uma meditaçãozita, e das boas: «Revisito sempre os cânones da filosofia para saber quais são os pontos essenciais na consideração de um tema. Se falo sobre o sofrimento vou revisitar o que os filósofos mais importantes disseram sobre isso. É um roteiro dos marcos.»
Pilares da verdade, roteiro dos
marcos?! Afinal o rapaz é mestre-de-obras? Talvez. E, entre dois biscates a colocar
pladur, ainda arranja folga para largar estas reflexões medicinais: «é terapêutico que me leiam porque sinto que chego a alguém. Escrever para a gaveta para mim não faz sentido. Por outro lado, não acredito na auto-ajuda, que me parece um acto egoísta. Acredito que nos ajudamos uns aos outros e que Deus acaba por nos ajudar a todos».
Como se vê,
José Luís Nunes Martins, além de se proclamar um pensador, enaltece sem
modéstia as virtudes terapêuticas dos seus escritos. O livro vende-se a 19
euros a unidade.
Advertência honesta aos consumidores: «escrevo aquilo que penso». Portanto, quem compre o livrito das 79 Reflexões depois não diga que foi ao engano.
A
rematar, já no tempo de descontos: «Aquilo que escrevo é aquilo que eu gostava de ser. Sou a primeira pessoa que precisa de ler aquilo que escrevo.» A
primeira e, provavelmente, a única.
ORDINÁRIO!
ResponderEliminarConheço os texto do José Luís Nunes Martins. Descobri-o por acaso, mas agora, todas as semanas espero por eles. Leio-os pausadamente. Em cada releitura enco0ntro um novo sentido ou uma maior profundidade no que pensava já ter percebido. Mas os textos do José Luís não pretendem mostrar profundidade, sabedoria ou erudição. São a reflexão simples e despretensiosa que nos ajuda a viver, a compreender o sentir. São, quanto a mim, filosofia no sentido mais nobre do termo.
Mas digo mais: gosto dos textos do José Luís porque preciso deles para mim. Ajudam-me muito.
Na minha profissão atendo diariamente gente - ou em princípio de vida activa, ou em crise de desemprego e familiar. E os textos do José Luís, sendo modestos e simples são de uma eficácia e de uma utilidade que só alguém que não tem o seu umbigo como o único referente do mundo pode entender.
Para o autor deste post a substância dos textos do José Luís não interessa para nada.
Também não interessa - não se justifica - tentar perceber o sentido de tal "arrote".
Uma criatura que escreve assim nunca perceberá a superioridade humilde que um José Luís não deixará de sentir por si.
Este blog sai conspurcado.
«Para avaliar bem um qualquer episódio da nossa vida é necessário que haja passado um período generoso de tempo que permita às superficialidades desvanecerem-se e ao essencial revelar-se. Só a verdade perdura. Muitas coisas boas são, afinal, más... algumas más são, apesar de tudo, boas. Só o tempo revelará o verdadeiro valor de cada hora».
Eliminar(crónica de José Luís Martins, que assina «investigador», publicada no «i» de hoje, dia 12/10/2013)
Cordialmente,
António Araújo
O facto de, por uma questão de princípio, dedicarmos alguma consideração a um escrito, não significa que estejamos a reconhecer ao autor a importância que ele próprio presume ter. O Sr. António Araújo, neste post, revela-se uma criatura com sérios problemas de personalidade.
ResponderEliminarNão se percebe porque “ataca” o José Luís. Compreende-se que não percebe a sua escrita. Refere-se a ele num registo de “engraçadês” a lembrar os putos parvos que mandam boca na aula só para armar confusão sem perceberem que os colegas querem de facto ouvir.
Conheço muita gente que gosta dos textos do José Luís.
Conheço algumas que pessoas que não o percebem como eu o percebo.
Você é o único cuja ignorância e falta de humildade o dotam de uma arrogância (que claro, você considera segurança intelectual) fazendo de si um bronco de palavra fácil.
O que agrada, apesar de tudo, é que você parece ser único.
Realmente, este texto parece ter sido escrito por um adolescente adepto do 'bullying'. Não faço ideia quem é o 'filósofo' José Luís, mas há que viver e deixar viver: há quem goste do que ele escreve, pelo que me parece.
ResponderEliminarPortugal gosta demasiado da escrita dos nossos "Josés Luíses".
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