«(…)
não estava a conseguir concentrar-me aqui. Muitas solicitações, muito telefone
a tocar, a dinâmica do costume: ir ao café, os amigos, alguém faz anos, toda a
gente tem uma ideia, um piquenique, festivais de verão… Fui muito antipático
recusando todos os convites naqueles meses para poder estar em casa, e depois
ao invés de estar a escrever tinha a tentação de fazer uma vida normal, de andar
com a malta, de ir para a praia, de passar as noites todas no café a cuscar a
vida de toda a gente e de andar metido nos problemas dos outros. Em Zagrebe
consegui afastar-me das referências todas, estar num espaço assético de hotel
com aquelas decorações horrorosas que não nos dizem respeito, que conferem
algum vazio que podemos ocupar com as ideias.»
(Valter Hugo Mãe,
entrevista à revista Ler, de Outubro
de 2013)
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