Designam-se
por Túmulo do Soldado Desconhecido os monumentos erigidos pelas nações
para honrar os soldados que morreram em tempo de guerra sem que os seus corpos tenham sido
identificados. Por vezes é um túmulo simbólico, ou cenotáfio,
evocando todos os habitantes de um país que morreram em determinado conflito
sem identidade conhecida, embora alguns contenham os restos mortais de soldados
falecidos durante esses acontecimentos.
Frederícia, Dinamarca
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O primeiro memorial conhecido foi o
monumento ao Landsoldaten (Soldado de Infantaria) (1849),
da Primeira Guerra
de Schleswig, em Frederícia, na Dinamarca. Outro memorial antigo, deste tipo, é o
Memorial ao Morto Desconhecido da Guerra Civil dos Estados Unidos, que data de 1866.
Abadia de Westminster
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Paris, Arco do Triunfo
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A tradição moderna desta prática foi
iniciada no Reino Unido quando, terminada a Primeira Guerra Mundial, o
governo decidiu criar um monumento funerário um combatente desconhecido, em homenagem
a todos os soldados do exército do Império britânico, na Abadia de Westminster em 1920,
o qual levou muitas outras nações a seguir o exemplo. Um dos túmulos mais
famosos é o que está sob o Arco do Triunfo de Paris,
que foi instalado em 1921 para honrar os mortos por identificar
da Primeira Guerra Mundial.
Reza o comunicado oficial: «No dia 9 de Abril de 1921 foram conduzidos
para o Mosteiro da Batalha, Templo da Pátria, os dois Soldados Desconhecidos,
vindos da Flandres e da África Portuguesa representando os gloriosos mortos das
expedições enviadas aos referidos teatros de operações e simbolizando o sacrifício
heróico do Povo Português.».
De facto, desde o final do século
XIX que o Mosteiro da Batalha permite uma leitura histórica de referência
nacionalista e celebrativa que justificou ter sido o local escolhido para fiel
guardião do Soldado Desconhecido, tornando-se cenário de patrióticas visitas.
Sepultado sob a arrojada abóbada da
Casa do Capítulo e alumiado pela «Chama da Pátria» do Lampadário Monumental, da
autoria de Lourenço Chaves de Almeida, o seu túmulo tem Guarda de Honra e a
proteção do mutilado «Cristo das Trincheiras» que no território de
Neuve-Chapelle, na Flandres foi companheiro constante das tropas portuguesas.
Mário Cordeiro
Sobre o Cristo das Trincheiras fiz um post cuja leitura sugiro não pela qualidade do que escrevi mas sim pela história dessa imagem e sobretudo pela memória desses desgraçados soldados portugueses que, após o desastre de la Lys, recuavam carregando os seus feridos e esse Cristo
ResponderEliminarHelena Matos
https://blasfemias.net/2018/11/05/o-cristo-das-trincheiras/
Muito obrigado, Helena
ResponderEliminarAntónio