Há
uns dias, tive o privilégio de apresentar o livro Condor, de João Pina, juntamente com Abel Córdoba, procurador na
Argentina, um homem responsável pela acusação e condenação de diversos
implicados nos crimes da ditadura.
Antes da sessão, falámos do que se
passara com o seu colega, Alberto Nisman. O Abel conhecia-o bem, eram colegas
de ofício, um ofício de alto risco. Nisman apareceu morto em circunstâncias
misteriosas quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner pelo
encobrimento de terroristas, no âmbito do «caso AMIA», o atentado contra o
Centro Judaico de Buenos Aires que, em 1994, fez 85 vítimas mortais.
Nem de propósito. Enquanto a Argentina
se agita e manifesta, enquanto a presidente Kirchner ataca a Corte Suprema, na próxima quinta-feira irá ser apresentado em Lisboa, no
âmbito do festival Judaica, o filme Escravo
de Deus, de Joel Novoa, uma co-produção venezuelo-argentina, que retrata os
meandros desse atentado. Ganhou
em 2013 o Excellence in the Art of
Filmmmaking, entre outros galardões. E passa na quinta-feira
no Cinema São Jorge, às 21h30.
António Araújo
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