Que cada um possa morrer
a sua própria morte, dizia Torga. Certíssimo, mas nisto da
morte há uns mais que outros. E há uns, sobretudo nós, os do Sul, que ainda
dizem e julgam que são os ricos países nórdicos que têm as maiores taxas de
suicídio. Puro engano. Ao ver este índice de 2019 , verificamos que a Lituânia e
a Rússia ocupam os dois lugares cimeiros no número de suicidas por 100 mil
habitantes, Em 5º, a Bielorrúsia, em 8º a Ucrânia, havendo uma grande
representação de países da Europa de leste, ex-comunista. Entre os países da
Europa ocidental, destaca-se a Bélgica (11ª posição) e Portugal surge mal,
ex-aequo com a Islândia, em 33º lugar, com mais suicídios do que a Alemanha, o
Luxemburgo, a Dinamarca, a Eslováquia, a Holanda, a Bulgária, a Irlanda, a
Roménia. Angola está no fundo da tabela, no 131º lugar, Moçambique e, 127º, a
Grécia em 126º. Onde há menos suicídio no mundo? Caraíbas. Praticamente
inexistente em Granada, Barbados e Antigua e Barbuda. E, pasme-se, certos
países flagelados têm baixíssimas taxas de suicídio: a Síria está na 172º
posição, com 1,9 suicídios por 100k. Mas também o Afeganistão e o Iraque não
estão mal. Mal está Portugal: 33º lugar dos países mais suicidários. Espanha,
aqui ao lado, está muito melhor, em 77º lugar, e Itália ainda melhor, em 82º
lugar, desmentindo ideias de «fraternidades latinas». Já agora, o Brasil, tão
martirizado por tanta coisa, num honroso 106º lugar, a par da Albânia e da Guiné.
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