A exposição “A viagem do rinoceronte. De Bucareste a Lisboa via Nuremberga”
na Galeria do Instituto Cultural Romeno em Lisboa
A Galeria do Instituto Cultural Romeno em Lisboa (Rua
do Barão 10, Alfama) irá acolher, entre 8 de maio e 15 de julho de 2019, a exposição
coletiva “A viagem do rinoceronte. De Bucareste a Lisboa via Nuremberga”, com curadoria de Sofia Fränkl
(Nuremberga) e Bogdan Severin Hojbotă (Bucareste), presentes também na
exposição com trabalhos próprios. A inauguração terá lugar no dia 8 de maio, às
19h00, e contará com a presença dos artistas curadores e do pintor Ştefan Pelmuş. A exposição integra obras de
pintura, escultura, fotografia, instalação e gráfica de um grupo de artistas
romenos contemporâneos de alto nível.
Embora
as primeiras representações artísticas (na Europa) de um rinoceronte remontem
ao século III antes de Cristo e ao período dos imperadores romanos Domiciano,
Commodus e Caracalla, a história do rinoceronte enquanto tema de uma obra de
arte tem como ponto de partida a famosa gravura de Albrecht Dürer. Chegado em
terras lusas em 1515, o rinoceronte indiano (um presente diplomático de Afonso
de Albuquerque, governador da Índia, para D. Manuel I de Portugal) foi
inicialmente alojado na Torre de Belém, em Lisboa, que, na altura, se
encontrava em construção. Ulteriormente, o rei D. Manuel I envia-o como
presente ao Papa Leão X. Infelizmente, o rinoceronte nunca conseguiu chegar a
Roma, afogando-se num naufrágio na costa norte da Itália. Entretanto, a famosa
Torre de Belém, parte de uma série de fortificações destinadas a proteger o
porto natural de Lisboa, construída entre 1514 e 1520, recebeu na base de uma
das quatro pequenas torres inferiores, uma escultura de pedra que imortaliza o
famoso rinoceronte. O rinoceronte, na sua curta aventura em solo europeu,
inspira o grande gravador alemão Albrecht Dürer, que o imortaliza a partir de
uma descrição literária (do comerciante português Valentim Fernandes), na sua
famosa gravura Rhinocerus. Não
exatamente apurado de ponto de vista anatómico, o trabalho de Dürer mostra um
animal fabuloso numa armadura rebitada, semelhante à de um cavaleiro medieval.
Essa interpretação fantasiosa da realidade ficou impressa no imaginário
coletivo da época como uma imagem real do animal exótico; e desde então
continuou a ser a fonte de fascínio e inspiração para dezenas de artistas que,
ulteriormente, de Rafael até Salvador Dali e Eugene Ionescu, retomaram o tema
do fabuloso rinoceronte adicionando-lhes novos significados.
Mais
de 500 anos após a realização da famosa gravura de Dürer, a exposição
organizada sob a égide do Instituto Cultural Romeno em Lisboa propõe uma nova abordagem
da epopeia cultural do rinoceronte, iniciada na paisagem ensolarada de
Portugal, mas que ainda hoje continua. Os artistas que participam na exposição
são: Cristian Bădescu (pintura), Cristina Bolborea (objeto), Doina Botez
(gráfica), Laura Covaci (pintura digital), Gabriela Cristu (pintura), Darie Dup
(escultura), Reka Csapo Dup (fotografia), Daniela Făiniş (porcelana), Suzana
Fântânariu (gráfica), Sofia Fränkl (gráfica, objeto, instalação), Alina
Gherasim (pintura), Ana Golici (pintura), Bogdan Hojbotă (escultura), Ion Iancuț
(escultura), Petru Lucaci (pintura), Ştefan Pelmuş (pintura).
Ao ver estas belas imagens foi inevitável pensar nesse Rhino Man chamado Adrien Belew (guitarrista dos King Crimson) e na sua música. Uma exposição que iremos ver.
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
Obrigado!
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